SP tem queda recorde de roubos e alta de registro de estupros e de violência policial em 2º ano de Tarcísio

PAULO EDUARDO DIAS, TULIO KRUSE, ISABELLA MENON E LUCAS LACERDA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O número de roubos no estado de São Paulo teve queda em 2024 e chegou ao menor patamar desde o início da série histórica, em 2001. Além disso, no segundo ano de Tarcísio de Freitas (Republicanos) no cargo de governador as mortes provocadas pela polícia chegaram ao maior patamar desde 2020.

Os números de latrocínio (roubo seguido de morte) ficaram praticamente estáveis no estado, mas cresceram na capital.

Os registros de estupro tiveram novo recorde, com 14.579 casos em 2024, ante 14.514 em 2023, até então o maior número desde 2018, quando o crime passou a ser investigado independentemente da vontade da vítima -a chamada ação pública incondicional.

Policiais civis e militares mataram um total de 813 pessoas ao longo do ano, um aumento de 63% em relação a 2023 -que já teve aumento de letalidade em relação ao último ano do governo anterior. É apenas uma morte a menos do que em 2020, quando 814 pessoas morreram pelas mãos de policiais. As ocorrências incluem tanto situações em que os agentes estavam em serviço quanto de folga.

Ao longo do ano, 23 policiais militares e 4 policiais civis foram mortos, tanto em serviço quanto durante folgas.

Houve um total de 193.658 registros de roubo em todo o estado, queda de 15% em relação ao ano retrasado e menor número desde o início da série histórica. Na capital, foram 115.172 roubos registrados, uma queda de 13%. É o melhor resultado na cidade de São Paulo desde 2012.

No entanto, as vítimas de latrocínio no estado foram ao menos 170 em 2024, ante 167 em 2023. A capital puxou esse aumento, pois teve dez casos a mais: foram ao menos 53 mortes contra 43 no ano anterior.

Para dezembro, o governo divulgou apenas o número de registros de latrocínio no Diário Oficial, sendo que o número de vítimas até novembro é conhecido. Esse crime já havia superado a marca de 2023 na soma de janeiro a novembro de 2024 na cidade de São Paulo.

Foi o caso do missionário Anderson Felipe da Silva, 28, morto no dia 22 de dezembro. Ele chegava a uma igreja na estrada do Alvarenga, no bairro Pedreira, na zona sul, quando foi abordado por um grupo que queria sua moto, uma Royal Enfield Interceptor 650, comprada há um mês.

Os criminosos, que estavam também em uma moto, fugiram com o veículo do missionário. Silva atuava como gerente de marketing.

Até hoje a motocicleta do missionário não foi encontrada pela polícia. A burocracia também impede que a família receba o valor do seguro, que só pode ser feito após inventário.

“Além do luto e da tristeza de perder alguém tão bom, tão jovem, sensação de impunidade, o local tinha várias câmeras, mas ninguém foi preso, e a polícia não entrou em contato conosco em nenhum momento para falar sobre a investigação”, disse o personal trainer Danilo Pontes, 29, primo de Silva. “Acho que poderíamos ser informados sobre o andamento do caso sem ter que ficar indo atrás.”

Na capital, apesar do alívio nas estatísticas gerais de roubos e furtos, algumas regiões da cidade já haviam registrado piora na soma de janeiro a novembro de 2024 em relação a 2023. Áreas como Itaquera, Belém e Alto da Mooca haviam tido alta de roubos, enquanto os furtos já eram maiores na parcial de 2024 em Monções, Vila Santa Maria, Vila Brasilândia e Campo Limpo, entre outros.

O governo paulista divulgou as estatísticas no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (31). No comunicado, estão disponíveis os números de registros de homicídios, mas não de vítimas. Na quinta (30, o Painel da Folha de S.Paulo antecipou que a cidade de São Paulo registrou 498 vítimas de homicídios em 2024, uma queda de 3,5% ante o ano anterior e o menor número desde 2001, quando teve início a série histórica da Secretaria de Segurança Pública. Em 2023, o número de vítimas foi de 516.

No estado, foram 2.517 registros de homicídio no ano passado, uma queda de 10% na comparação com 2023.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.