Depois do podcast de Vanessa Barbara, Todavia afasta o editor André Conti

De acordo com a revista “Veja”, o principal investidor da Editora Todavia é Alfredo Setúbal, cujo pai é acionista do Banco Itaú (assim como a família Moreira Salles).

Portanto, os principais investidores não são os sócios André Conti e Flávio Moura, os editores da excelente Todavia.

O fato é que a Todavia é um negócio e, como tal, não tem nada de romântica. Então, para salvar André Conti, não se deve sacrificá-la. É o que parece ter decidido a cúpula da empresa. A editora não é mais mignon e paga direitos autoriais não apenas no Brasil, pois tem publicado uma série de escritores de outros países. Há editoras que se especializaram em publicar obras que caíram em domínio público, mas é o caso da Todavia.

Recentemente, num podcast da Rádio Novelo (criada por Branca Vianna, mulher de João Moreira Salles, dono da revista “Piauí” e sócio do Banco Itaú), a escritora Vanessa Barbara revelou que, além de traída pelo ex-marido André Conti, o editor e um grupo de amigos a achincalhem num grupo “secreto” (com vários escritores famosos).

André Conti admitiu as traições e as intrigas contra Vanessa Barbara.

A Todavia publicou duas notas, mas sempre parece indecisa sobre como tratar especificamente de André Conti; afinal, é sócio e sua figura mais emblemática. A Todavia, uma editora politicamente correta, certamente não tem a ver com o comportamento do editor. Mas não há como dissociá-los do ponto de vista do público (reportagens sempre citam André Conti como editor da Todavia). Por isso, na quinta-feira, 30, a cúpula da editora decidiu afastá-lo. É uma tentativa de salvar o bom nome da editora. Até o caso, caindo no esquecimento, perder força.

A “saída” de André Conti da Todavia está sendo apresentada como “licença” e deve ser isto mesmo.

“Desde a publicação do episódio de 16 de janeiro de 2025 do podcast Rádio Novelo Apresenta, a Todavia está passando por um momento sensível, que nos leva a fortalecer ainda mais nosso compromisso com a promoção da equidade de gênero e com os valores que guiam a cultura da empresa”, comunica a direção da editora.

A editora acrescentou: “A Todavia tem consciência de sua responsabilidade no ambiente cultural brasileiro e acredita que é parte de seu papel apoiar iniciativas concretas que tenham como objetivo a reivindicação por direitos e equidade e a luta contra o silenciamento de mulheres”.

A Todavia contratou uma empresa de consultoria para apoiá-la mas mudanças necessárias.

“Para nos auxiliar no aprofundamento desse processo, contratamos uma consultoria especializada na promoção de ambientes de trabalho equitativos. A consultoria está nos apoiando na elaboração de um plano de ação voltado à produção e à implementação de medidas concretas, como o aprimoramento de nossas políticas institucionais de promoção de equidade e diversidade. Durante este momento de planejamento e reestruturação, o sócio André Conti está licenciado de suas atividades na Todavia”, assinala a direção da empresa.

André Conti não se afastou da sociedade. Em tese, está apenas de licença.

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