Venda de tabaco da safra 2024/25 está com fluxo inicial baixo

Iniciada há cerca de 20 dias na maioria das empresas de Santa Cruz do Sul e da região, a compra de tabaco da safra 2024/25 está com fluxo inicial baixo, mas gradativamente vai aumentando. De acordo com entidades, produtores e empresas, só fizeram a entrega de algum montante às fumageiras produtores que finalizaram a colheita há algumas semanas e os que precisavam de recurso financeiro.
Alguns fatores têm contribuído para essa baixa comercialização até o momento.

Em muitas regiões, produtores ainda estão envolvidos com a fase final da colheita e da cura, assim como em outras atividades, que incluem o plantio de milho após o tabaco. É o caso de Volmir e Cristine Frantz, de São Martinho, interior de Santa Cruz.

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O casal plantou 50 mil pés nesta safra, terminou a colheita na quarta-feira, 29, e ainda não vendeu nada. Segundo eles, a qualidade do tabaco desta safra está acima das últimas, apesar de o calor na reta final ter amadurecido as folhas com mais rapidez, fazendo com que a colheita tivesse de ser acelerada.

Frantz conta que, na localidade, a maioria ainda não fez nenhuma venda. Com o término da colheita, dentro de uns 20 dias eles devem iniciar o manuseio e a preparação do tabaco seco, para realizar a venda somente em meados de março.

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“Junto com a colheita não dá tempo de preparar e enfardar, e também pensamos em segurar um pouco para ver como irá se comportar o mercado. Se o preço vai estar dentro do que se almeja”, diz Volmir. Ele conta que a última safra ficou aquém do mínimo que esperavam, pois enfrentaram uma situação adversa.
No fim da colheita, um temporal destruiu a propriedade, destelhando o galpão onde a produção estava armazenada. Com isso, o tabaco não teve a valorização esperada. Agora, a expectativa é de que a safra 2024/25 culmine em umas 500 arrobas e o valor seja superior ao do ano passado.

Segundo empresas consultadas pela Gazeta do Sul, o volume baixo entregue pelos produtores até agora não pode ser atribuído diretamente à indefinição do valor a ser pago, cujas rodadas de negociações estão acontecendo, pois as empresas aplicam o reajuste de forma retroativa ao tabaco já comercializado. Condições climáticas adversas, em razão das quais o tabaco fica muito seco e de difícil manuseio, também são motivo possível para o baixo fluxo de produto nas empresas até a reta final de janeiro.

Negociação do preço vai ter nova rodada

Uma nova rodada de reuniões para a definição do preço mínimo a ser pago aos fumicultores na safra está marcada para segunda, 3, e terça-feira, 4. As reuniões ocorrem de forma individual com 11 fumageiras (Alliance One, BAT, Brasfumo, China Brasil, CTA, JTI, Philip Morris, Premium Tabacos, Tabacos Marasca, Universal Leaf e UTC), na sede da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). 


Esta será a segunda rodada a ser realizada (em dezembro, apenas a JTI havia discutido uma proposta, que não foi aceita pelas entidades). De acordo com o presidente da Afubra, Marcilio Drescher, a expectativa da comissão é de que as empresas venham com propostas positivas.

“Novamente deixamos clara a nossa posição de o reajuste ter, no mínimo, a variação do custo de produção. Também esperamos que eles tragam percentual para a reposição da defasagem dos preços, que já vem de safras anteriores”, enfatiza.


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A comissão representativa dos produtores de tabaco é formada por Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Com cenário favorável, expectativa em relação à tabela

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, enfatiza que o cenário do setor nunca esteve tão favorável. “Nunca esteve tão bom o cenário, tanto para a indústria quanto para os produtores. Tivemos uma safra boa, maior do que a do ano passado, com qualidade, mas não temos estoque nas empresas”, afirma.

“O mercado está aquecido lá fora, com um dólar alto, que favorece as exportações e valoriza o tabaco brasileiro. Esperamos que as empresas não queiram abocanhar somente para elas, que estejam dispostas a repassar esses valores a seus parceiros, que são os produtores”, frisa.

Carlos Joel ressalta ainda que, após duas rodadas de negociações, espera que na próxima, a realizar-se na semana que vem, seja definida a tabela. “Estamos preocupados, pois esperamos que agora seja a última rodada de negociações, que se assine o protocolo de intenções com a tabela definitiva para os produtores, pois não tem desculpas para as empresas não remunerarem o produtor”, ressalta o dirigente.

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