Crescimento sustentável: veja as prioridades de Pepe Vargas na Assembleia Legislativa

A Assembleia gaúcha retomou atividades legislativas nessa segunda-feira, 3, com a eleição e solenidade de posse da nova mesa diretora. Em 2025, o comando estará a cargo do deputado Pepe Vargas (PT), resultado de um acordo pluripartidário que garante a chefia do Legislativo àquelas siglas que conseguiram as maiores bancadas. O primeiro ano foi de Vilmar Zanchin (MDB); em 2024, Adolfo Brito (PP); agora, Pepe Vargas; e no último ano da legislatura, deve ser Sérgio Peres (Republicanos).

Os espaços do Legislativo, como o plenário e a sala Júlio de Castilhos, que é anexa, estavam tomados pelos convidados e imprensa de todo o Estado. A cerimônia foi acompanhada por cinco governadores – o atual, Eduardo Leite (PSDB), e os ex Olívio Dutra e Tarso Genro (PT), Germano Rigotto (MDB) e Ranolfo Vieira Júnior (PSDB).

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Adversário político, na Serra Gaúcha, Rigotto fez questão de destacar a habilidade de Pepe, que é seu primo. “Com toda a história dele, tem uma bagagem que permite que faça um grande trabalho na presidência da Assembleia Legislativa. Confio que será um belo trabalho”, resumiu.

Tornou-se tradição, nos últimos anos, a adoção de um tema para ser tratado pelo Legislativo durante período do parlamentar no comando da Mesa Diretora. Vilmar Zanchin (MDB) trabalhou com a educação; Adolfo Brito (PP), que passou a presidência para Pepe, focou a reservação de água, irrigação e piscicultura; e o presidente que assumiu nessa segunda abordará o crescimento sustentável do Rio Grande do Sul. Em entrevista coletiva, destacou que são dois vieses: na área social, buscar reduzir a desigualdade, e no ambiental, fomentar a transição energética e a transformação ecológica.

Esse trabalho é desenvolvimento por meio do Fórum Democrático. A Assembleia realiza encontros em Porto Alegre, mas tem ido até os municípios para ouvir a comunidade sobre a temática do ano. “Nós iremos a todas as regiões”, frisou o novo presidente.

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Essa capacidade de empenho e conhecimento dos outros entes políticos, por já ter sido vereador, prefeito, deputado estadual e federal e ministro, faz com que consiga entender melhor as demandas apresentadas, disse o deputado federal Heitor Schuch (PSB), que acompanhou a posse.

“Conheço o Pepe Vargas do tempo que foi ministro do Desenvolvimento Agrário. Ele é um cidadão que tem cultura, educação, que não vai ficar batendo boca com ninguém. O parlamento terá uma condição para trabalhar as pautas e demandas”, enfatizou.

Sobre os temas que acredita entrarem na pauta da Assembleia em 2025, o novo presidente apontou a necessidade de autorização para que o Estado possa aderir à proposta feita pelo governo federal para a dívida dos estados.

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Pepe apontou dois questionamentos do governador Eduardo Leite, que já estariam sendo encaminhados para que o Rio Grande do Sul tenha melhores condições de quitar seus débitos e ainda ter fôlego financeiro. Ele destacou a iniciativa do governo federal em interromper por três anos o pagamento das mensalidades, em decorrência da catástrofe climática.

Airton Artus (PDT) e Kelly Moraes (PL) disseram acreditar na capacidade de diálogo e na forma como o parlamento tem atuado, indiferentemente da presidência estar ou não alinhada a quem se encontra no Palácio Piratini. Esse pensamento foi defendido por Pepe. Ele ressaltou que as diferenças ficam no campo ideológico e não na hora da votação. Participaram da eleição da mesa 48 deputados, sendo 47 favoráveis e Felipe Camozzato (Novo) contrário.

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Mesa diretora

• Presidente – Pepe Vargas (PT)
• 1º vice-presidente – Luiz Marenco (PDT)
• 2º vice-presidente – Vilmar Zanchin (MDB)
• 1º secretário – Sérgio Peres (Republicanos)
• 2º secretário – Professor Issur Koch (PP)
• 3º secretário – Dr. Thiago Duarte (União Brasil)
• 4º secretário – Delegada Nadine (PSDB)
• 1º suplente de secretário – Laura Sito (PT)
• 2º suplente de secretário – Paparico Bacchi (PL)
• 3º suplente de secretário – Elisandro Sabino (PRD)
• 4º suplente de secretário – Luciane Genro (PSol)

De vereador a ministro

O novo presidente da Assembleia Legislativa tem carreira política que começou aos 16 anos, apoiando candidaturas que faziam oposição ao governo militar. São 50 anos que incluem mandatos como vereador, duas vezes, de forma consecutiva, como prefeito de Caxias do Sul, três legislaturas como deputado federal, além do cargo de ministro do Desenvolvimento Agrário, das Relações Institucionais e dos Direitos Humanos na gestão da presidente Dilma Rousseff (PT).

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Com a reconstrução da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Estadual dos Estudantes (UEE-RS), ambas fechadas pela ditadura e reorganizadas após a Lei da Anistia de 1979. Pepe passou a atuar no movimento estudantil universitário. Na década seguinte foi um dos líderes da Caravana das Diretas, movimento da UE que percorreu o Rio Grande do Sul defendendo a realização de eleições diretas para presidente em 1984. Na ocasião, exercia a função de diretor da UEE.

Apoiou o movimento pela construção do Partido dos Trabalhadores, que levou à fundação do PT em fevereiro de 1980, mas só se filiou formalmente ao partido em 1981. Sua trajetória parlamentar teve início em 1989, eleito como o primeiro vereador pelo PT em Caxias do Sul, cidade aonde chegou aos cinco anos, vindo de Nova Petrópolis.

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Em 1994, conquistou seu primeiro mandato como deputado estadual. Dois anos depois, foi eleito prefeito de Caxias do Sul, em segundo turno disputado com o então deputado federal Germano Rigotto (MDB). Foi reeleito em 2000, também em segundo turno, nessa ocasião disputado com o então deputado federal José Ivo Sartori (MDB).

Pepe Vargas elegeu-se deputado federal em 2006 e foi reeleito em 2010 e 2014. Em 2019, retornou à Assembleia Legislativa como deputado estadual.

Ele chega à presidência por um acordo pluripartidário, que garante a ocupação dos espaços da Mesa Diretora e das Comissões do parlamento gaúcho, conforme a proporcionalidade das cadeiras conquistadas pelos partidos com assento na Assembleia Legislativa. O ano de 2025 cabe ao PT e o de 2026 ao Republicanos.

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