A atração da bola

Ela nos atrai e distrai desde crianças, como um dos brinquedos prediletos. Ela está presente, conforme desenhos, desde os tempos pré-históricos. Já fazia parte da vida das antigas civilizações, com relações até a rituais religiosos ou mitológicos, mas evoluindo exatamente nos esportes, como o grande centro das atenções. Para ela dirigem-se todos os olhares e membros para lhe dar os movimentos desejados. Assim como a também redonda Terra, é a esfera que exerce a força gravitacional, a atrair para si tudo o que está ao seu redor.

Tudo isso vem ao pensamento ao viver novamente mais de perto as emoções do nosso futebol, como homenageado em 2025 no Departamento de Futebol de Monte Alverne, terra natal, onde foi possível vivenciar muitos bons e interessantes momentos neste esporte, nem tão velho nestas paragens (firmou-se justamente quando dava os primeiros passos na vida, há cerca de 70 anos). Mas o certame, tema de livro deste autor (Bola no Pé, Coração na Mão), já se aproxima de meio século, graças à boa organização sempre presente, hoje mais uma vez sob o comando firme e sereno de Vitor Bauermann, tendo Luciano Mueller de vice.

Inclusive as mulheres, normalmente não tão ligadas diretamente a esse esporte, já dirigiram o campeonato, em mais uma prova de seu pioneirismo e do enorme envolvimento que têm exercido na comunidade, e continuam fazendo parte relevante dessa história (Que o digam a Betânia e a Juliana!). A família inteira, na verdade, continua a se movimentar em torno da bola e do seu centro de atração, a partir da participação de algum de seus componentes, como grãos que germinam em terra fértil.

Há, como em todas as manifestações da vida humana, as contestações, as divergências, os desentendimentos, os contratempos, mas há, sobretudo, as boas relações, as convergências, os entretenimentos, os sempre bons tempos da vivência em grupo, que exigem resiliência, compreensão, real integração, uma escola de vida em sociedade. Já não é mais tão acessível e local na formação dos times principais, por maiores custos, mas busca mais qualidade, que, tal qual a bola, é elemento de atração, enquanto os de casa mantêm espaço entre os chamados aspirantes.

Assim, um futebol de primeira linha é apresentado em nosso interior, ao lado de competições que se firmam em nível estadual, nacional e global, nessa modalidade esportiva predominante. Todas atraem, para cada campo, diretamente ou pelas telas, os olhares para a bola que vai rolar, em paralelo às discussões geradas, as vibrações e xingamentos intercalados, as paixões reacendidas. É um enorme e incontrolável movimento que se forma em torno dessa esfera mágica e fantástica, que rola por todos os cantos e recantos do globo terrestre.

É um brinquedo já para os primeiros movimentos que individualmente faz cada ser humano. Mas só ganha graça pela interação com os demais seres, com todas as complexidades que as relações envolvem. Imitando a vida, propicia sensações e sentimentos contrapostos, da euforia à frustração, do companheirismo à rivalidade, da queda à elevação. Ensina a lidar com emoções e desafios que se apresentam no nosso dia a dia, na vida em família, em sociedade, em grupos de trabalho e tantos outros.

Por tudo isso, é tão mágico, tão apaixonante, tão atraente. Por tudo isso, mesmo com naturais contrariedades que traz consigo, deve merecer aplausos, em especial a todos que fazem acontecer e renovar esse espetáculo em nosso meio, e sobretudo em plano amador, voluntário, comunitário. Que em torno desse encontro e da cobiçada bola, formem-se sempre mais círculos positivos a levantar bem alto o troféu máximo da amizade!

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