Trump ignora reações e insiste que ‘todo mundo amou’ seu plano para Gaza

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou novamente nesta quarta-feira (5) que “todo mundo amou” a proposta feita por ele na noite anterior de tomar a Faixa de Gaza, ignorando a maioria das reações negativas ao plano na comunidade internacional.

Durante declaração no Salão Oval da Casa Branca, ele insistiu na boa recepção da ideia quando questionado sobre as reações e disse que aquele “não era o momento certo” para novas perguntas sobre o tema.

O republicano já havia dito que pessoas com quem ele havia conversado tinham gostado do plano, durante declaração ao lado do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, na Casa Branca, nesta terça (4).

A fala subverte décadas de relacionamento diplomático entre Washington e Tel Aviv e parece ter pego o israelense de surpresa.

Primeiro, ele elogiou o americano, chamando-o de “o maior amigo que Israel jamais teve na Casa Branca”. Depois desconversou e disse que “vê um futuro diferente para Gaza”. “[Trump] tem uma ideia diferente, mas é uma ideia que pode mudar a história, e vale prestar atenção nela”.

Durante a fala ao lado do israelense, Trump levantou a ideia de tomar Gaza para os EUA e afirmou que o território palestino poderia se tornar uma “Riviera do Oriente Médio”.

“Assumiremos o controle. Será nossa”, disse o republicano. “As pessoas que moram lá hoje poderiam viver em paz, porque hoje elas vivem no inferno. E tenho a impressão de que, embora hoje digam que não, [Jordânia e Egito] vão abrir seus corações”, sugerindo que palestinos não ficarão mais no território.

As reações majoritariamente negativas vieram mesmo de aliados de Washigton e dos palestinos.

“O presidente Mahmoud Abbas e os líderes palestinos expressaram sua forte rejeição aos apelos para tomar a Faixa de Gaza e deslocar os palestinos para fora de sua terra natal. Em resposta aos apelos americanos para o deslocamento de palestinos de Gaza, não permitiremos que os direitos do nosso povo sejam violados”, disse o líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

França, Espanha e Arábia Saudita estão entre os países que também rejeitaram a fala.

“A França reitera sua oposição a qualquer deslocamento forçado da população palestina de Gaza, o que constituiria uma séria violação do direito internacional, um ataque às legítimas aspirações dos palestinos, mas também um grande obstáculo para a solução de dois Estados e um fator de desestabilização para nossos parceiros próximos, Egito e Jordânia, bem como para toda a região”, afirmou Christophe Lemoine, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores francês.

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