Luiz Caldas recebe medalha por legado no axé: “Envaidecido”

Se a música fosse uma medalha, Luiz Caldas já teria colecionado muitas, cada uma forjada no ritmo do axé. Entre batuques e guitarras elétricas, sua trajetória ganhou um novo brilho, nesta quarta-feira, 5: o artista foi o segundo homenageado com a Medalha UBC, distinção concedida pela União Brasileira de Compositores para reconhecer grandes nomes da música brasileira.

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Em entrevista ao Portal A TARDE, o artista celebrou o prêmio. “Ser o segundo homenageado por uma entidade tão séria como a UBC me deixa mais envaidecido e feliz, estou numa felicidade só. Para mim, esse prêmio é muito importante”.A celebração será ainda mais especial por marcar os 40 anos do axé music, gênero do qual Luiz Caldas foi um dos pioneiros. Mas a festa não termina com a medalha. A voz de “Magia” prometeu surpresas para o carnaval. “Vai ser um repertório muito variado porque todos os artistas estão rebuscando dos seus repertórios, canções que fazem parte dessa história toda. E o meu repertório não é diferente, ele, basicamente, é a matriz, o marco zero de todo esse movimento, então vai ter muita música interessante na Avenida”, garantiu.Diretor de comunicação da UBC, e mente por trás de sucessos como “Milla” e “Praieiro”, Manno Góes reforçou a grandiosidade da homenagem. “É um compositor incrível, multi-instrumentista, um artista de grande relevância para a música brasileira e que traz com ele toda uma história, um segmento musical que nasceu, se desenvolveu na nossa cidade de Salvador, na Bahia, no nosso estado. E isso é um motivo de fato para a gente se orgulhar muito. Engrandece nosso estado, engrandece a nossa música”.Fã de carteirinha de Luiz Caldas, Saulo Fernandes apresentou um pocket show temático, revisitando sucessos do homenageado. O artista, que é o intérprete que mais regravou canções de Caldas, seguido por Ivete Sangalo, se disse nervoso por imaginar o amigo de longa data lhe prestigiando na plateia.“Eu acho que toda homenagem para Luiz é pouca. Ele, para mim, é a maior referência, não só da música como de vida, é um horizonte. Eu sempre fico orgulhoso, mas envergonhado também, hoje vai ser um lance de cantar para ele, na minha frente. Eu tenho cantado com ele do meu lado e tem sido muito difícil, agora cantar de frente”, brincou.

Saulo Fernandes

|  Foto: Denisse Salazar / AG. A TARDE

A história de um precursor do axéCom o icônico álbum “Magia” (1985), Luiz Caldas deu o pontapé inicial no movimento da axé music, levando a percussão afro-baiana para um novo patamar. O disco trouxe o hit “Fricote”, parceria com Paulinho Camafeu, que não só projetou Caldas nacionalmente, mas também ajudou a consolidar a identidade do axé.Ao longo da carreira, o cantor registrou 818 obras na UBC e possui 276 gravações catalogadas na base do ECAD. Entre suas composições mais regravadas estão “Haja Amor”, “O Que Que Essa Nega Quer” e “Fricote”, com destaque para interpretações de artistas como Ivete Sangalo e Saulo Fernandes, seu principal regravador.Um dos maiores símbolos do É O Tchan!, Carla Perez também fez questão de prestigiar o ídolo, ao lado do marido, Xanddy. “Sou fã desse cara que revolucionou nossa música. Nossa Bahia agradece. A axé music deve muito a ele. Temos que reverenciá-lo sempre, a vida inteira”, celebrou.

Carla Perez e Xanddy fizeram questão de prestigiar Luiz Caldas

|  Foto: Denisse Salazar / AG. A TARDE

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