Convencido de que será candidato, Bolsonaro insinua Vitor Hugo como vice para 2026

Durante o lançamento da Frente Goiana dos Vereadores de Direita, realizado nesta sexta-feira, 7, em Goiânia, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insinuou que seu candidato a vice na disputa presidencial de 2026 pode ser de Goiás. A declaração ocorreu de forma remota, já que Bolsonaro desistiu de comparecer presencialmente ao evento, que reuniu lideranças conservadoras do estado.

O ex-deputado federal e atual vereador por Goiânia Major Vitor Hugo (PL-GO), que foi um dos organizadores do evento, respondeu à declaração de Bolsonaro com entusiasmo, sinalizando estar aberto à possibilidade. “Bom, eu tava até me preparando pra ser pré-candidato ao Senado. Então, sei lá, voltar pra Câmara dos Deputados. Mas depois de um convite, uma instalação dessa aí, quem sabe, né?”, afirmou, colocando seu nome à disposição.

Ao discursar, Bolsonaro mencionou a força política da frente, composta por cerca de 2.200 vereadores, e afirmou que a articulação entre esses parlamentares pode contribuir para a consolidação de pautas conservadoras e da direita. “Depois dessa apresentação, eu acho que meu vice vai ser de Goiás, pô”, disse o ex-presidente, reforçando sua expectativa de reverter a inelegibilidade para disputar o pleito de 2026.

Bolsonaro mantém a narrativa de que poderá ser candidato à Presidência em 2026, apesar de sua inelegibilidade até 2030. Seus aliados apostam em mudanças na composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar reverter a decisão, mas especialistas consideram essa hipótese improvável.

Possibilidades de reversão da inelegibilidade

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderia, em tese, recorrer ao TSE com uma ação rescisória para tentar reverter sua inelegibilidade. Essa possibilidade está prevista no artigo 22 do Código Eleitoral, que permite o ajuizamento de ação rescisória em casos de inelegibilidade dentro de 120 dias da decisão final, possibilitando o exercício do mandato até o trânsito em julgado do processo.

Apesar de ser uma alternativa legal, especialistas avaliam que a viabilidade desse caminho é remota. Como Bolsonaro foi condenado pelo plenário do TSE, a reversão da decisão exigiria uma mudança significativa na jurisprudência do tribunal, o que é considerado improvável.

O coordenador acadêmico da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), Renato Ribeiro, descarta essa possibilidade e classifica a candidatura de Bolsonaro em 2026 como “ilusória e pura retórica eleitoral”. Segundo ele, a última instância para temas eleitorais é o próprio TSE, e os argumentos apresentados no recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) são genéricos, sem força suficiente para reverter a decisão.

Mesmo diante dessas avaliações, Bolsonaro e seus aliados continuam apostando em mudanças na composição do TSE para tentar reverter a inelegibilidade. Em seus discursos, o ex-presidente mantém a narrativa de que será candidato em 2026, reforçando a mobilização de sua base política e de setores da direita no país.

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