Quem é situação, quem é oposição?

Com as duas primeiras sessões da Câmara realizadas na semana passada, foi possível perceber as primeiras movimentações e divisões do Legislativo de Blumenau. E uma curiosidade inicial. Quem era situação está com cara de oposição, quem era para ser oposição tem cara de situação.

Não quer dizer que sejam situação ou oposição. Mas sobre sinalizações.

A recente eleição da Mesa Diretora provocou fissuras importantes, e os desdobramentos estão aparecendo nos primeiros dias de trabalhos, nos discursos, ações e divisão de espaços. E não é uma questão apenas interna, tem muito da relação do Executivo com o Legislativo.

Os nove vereadores que elegeram a chapa comandada por Aílton de Souza, o Ito (PL), com exceção de Bruno Cunha, representam cinco partidos: Novo, PL, PSD, União, Podemos e Republicanos. Eles seguiram unidos e formaram o maior bloco da Casa, ocupante de mais espaços e de maior relevância nas comissões.

E isolaram lideranças importantes da casa. Almir Vieira (PP), Marcelo Lanzarin (PP), Alexandre Matias (PSDB) e Jovino Cardoso (PL). Jovino foi obrigado, por estar no PL, a aderir ao bloco majoritário e Matias conseguiu bater pé e não integrar este bloco. Perderam o protagonismo que tinham na gestão anterior, de Mário Hildebrandt (PL).

PP, Federação PSDB-Cidadania e PT entraram como minorias. São seis vereadores.

Dos seis, cinco, Almir, Lanzarin, Matias e Jovino, e ainda o Adriano Pereira (PT), não gostaram de como foi conduzida a eleição da Mesa. Consideram que foram traídos por colegas que foram parceiros em disputas passadas.

Também não engoliram a forma como a Prefeitura tratou a questão. Num primeiro momento, a articulação política da transição do governo Egidio tentou demover a chapa liderada pelo Ito, mas quando percebeu que não conseguiria, recuou.

Não devem bater de frente, mas já mandam recados de que será preciso muita conversa, tanto pela atual Mesa, como para o Governo, em temas específicos.

Do outro lado, quatro integrantes estiveram em chapas opostas à liderada pelo então candidato Egidio Ferrari. Diego Nasato e Bruno Win (NOVO), Cristiane Loureiro (Podemos) e Silmara Miguel (PSD). Nos primeiros movimentos na nova Legislatura, percebe-se uma aproximação entre as partes.

Agora fica a dúvida na hora de discussões de temas mais polêmicos, como as recorrentes pedaladas sobre o ISSBLU.

Com quem o Governo vai contar?

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