Opinião | ‘A escola mais viva sem celular’

A restrição do uso de celulares nas escolas tem sido pauta em diversos países e agora também no Brasil, com a recente promulgação da Lei 15.100/25. A medida proíbe o uso de aparelhos eletrônicos durante as aulas e intervalos, com o objetivo de proteger a saúde mental e melhorar o desempenho acadêmico dos estudantes. A discussão sobre o impacto da hiperconectividade na educação tem ganhado força, especialmente com pesquisas que apontam a distração digital como um fator que prejudica a concentração e o aprendizado.

Estudos mostram que a simples presença do celular reduz a capacidade de foco dos alunos, mesmo que o aparelho não esteja em uso. Isso acontece porque o cérebro gasta energia para resistir à tentação de checar mensagens ou redes sociais. Além disso, pesquisas indicam que o excesso de telas está associado ao aumento da ansiedade, piora na qualidade do sono e dificuldades de memória. Com base nesses dados, países como França e China já implementaram proibições semelhantes, obtendo resultados positivos, como melhora no desempenho acadêmico e na interação social entre os alunos.

A restrição também busca combater problemas como cyberbullying e exposição precoce a conteúdos inadequados. Com menos tempo de tela, os estudantes passam a interagir mais entre si, desenvolvendo habilidades sociais e emocionais essenciais. A proibição não significa negar a tecnologia, mas garantir que seu uso ocorra de forma equilibrada e supervisionada, sem comprometer a atenção e o aprendizado.

O impacto positivo da medida já pode ser observado em escolas que adotaram a restrição. Uma aluna de 17 anos de Blumenau relatou sua experiência após quatro dias sem celular na escola: “Foi ótima! Eu me surpreendi… conversei com colegas que eu nunca tinha falado. Já fiz dois novos amigos e nós já combinamos de ir ao shopping. Como todos estão sem celular, todos estão buscando se conectar uns com os outros. As aulas ainda estão chatas, mas os intervalos e recreio estão muito mais animados… EU SINTO A ESCOLA MAIS VIVA SEM CELULAR.”

Com a nova lei em vigor, o papel dos pais e educadores se torna fundamental para apoiar essa mudança, incentivando hábitos saudáveis de uso da tecnologia. A escola também precisa adaptar suas metodologias para garantir que o aprendizado continue dinâmico e eficiente, sem depender excessivamente dos dispositivos eletrônicos. O futuro da educação passa pelo equilíbrio entre tecnologia e ensino de qualidade.

Ane Donaduzzi, psicopedagoga
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