Calor provoca transtornos para usuários do Hospital Santa Cruz; veja o que diz a instituição de saúde

O calor extremo nos últimos dias motivou manifestações de acompanhantes e pacientes internados no Hospital Santa Cruz (HSC). Os relatos e queixas envolvendo principalmente a Ala São Francisco chegaram aos veículos da Gazeta Grupo de Comunicações e a vereadores. A situação, inclusive, foi amplamente abordada na sessão ordinária da Câmara da última segunda-feira.

O vereador Professor Cléber (União Brasil) disse que foi até a casa de saúde conferir o quadro já na semana passada, quando também foram registradas altas temperaturas na cidade. “A gente se sente sensibilizado ao ouvir depoimentos das pessoas. Essa não é uma cobrança contra o hospital ou profissionais, mas o povo merece dignidade. O montante grande de emendas que trazemos precisa também ser aplicado nisso”, enfatizou ao se referir à necessidade de melhorias.

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Ele confirmou o encaminhamento de emenda do deputado federal Luiz Carlos Busato (União Brasil) ao HSC. “Recebi a confirmação do deputado Busato de que encaminhará mais recursos para o hospital, e vamos conferir com a casa de saúde se ela pode ser aplicada nessa situação. O que não pode mais é se receber mensagens desse tipo de pessoas enfermas tendo que suportar calor de 40 graus.”

Também na tribuna, Raul Fritsch (Republicanos) enfatizou que buscará junto ao hospital alternativas para solucionar o problema. “Essa situação não é novidade”, salientou. Afirmou que na segunda-feira, 17, às 13h30, vai se reunir com a direção do HSC para tratar do assunto. “Nós vereadores encaminhamos recursos de emendas para o Hospital e não tem cabimento isso estar assim. Temos que cobrar. A pessoa entra doente e sai pior do que entrou. Passei por isso com meu pai, internado lá em 2012, e depois de 13 anos isso continua. Ar-condicionado hoje é necessidade, pois o aquecimento global mostra que está cada vez mais quente, ventiladores funcionam, mas em ambiente quente não ajuda”, salientou.

Ele citou ainda a necessidade de buscar recursos via emendas parlamentares para aquisição dos aparelhos e melhorias no sistema elétrico. “Sugiro até que o Legislativo encaminhe sobras do orçamento para auxiliar.”

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A presidente da Câmara, Nicole Weber (Podemos), enfatizou que em caso de necessidade de novos repasses de emendas, que sejam utilizadas para tal finalidade. “Damos tantas emendas e sobras anuais, e a parte elétrica não ter sido feita é lamentável. Recebi inúmeras mensagens de pessoas passando um calor excessivo. Num calor desses é desumano.”

Disse ainda que recebeu a manifestação de uma moça que estava na ala em busca de um ventilador ou ar-condicionado para ser alugado. “Pelo amor de Deus, num lugar cheio de tecnologia e as pessoas pedindo um ventilador. Fica nosso recado, que isso precisa mudar. Se disserem que precisam de mais emendas, que prometam que serão destinadas para isso.”

Famílias que estavam com pacientes internados na Ala São Francisco compartilharam relatos semelhantes com a Gazeta. Além das condições das pessoas internadas, os acompanhantes também ficaram expostos às altas temperaturas. Sobretudo à tarde, quando o calor aumentava, era necessário fechar as janelas dos quartos, mas isso acabava elevando a sensação de abafamento. Os ventiladores instalados não davam conta de refrigerar as acomodações.

Sistema elétrico não comporta, diz hospital

Em nota, o Hospital Santa Cruz informou nessa terça-feira, 11, que com a previsão do forte calor, já na segunda-feira iniciou uma realocação de pacientes até então internados na ala São Francisco, que não conta com sistema climatizado. Mas, segundo o texto, os quartos estão equipados com ventiladores para assegurar conforto térmico.

“Como são enfermarias, que em sua maioria contam com quatro a seis leitos cada uma, acomodando pacientes e acompanhantes, a instalação de aparelhos de ar condicionado convencionais não seria suficiente, sendo necessário um estudo técnico de climatização para a instalação de ar condicionado central na unidade.” Ainda conforme a casa de saúde, atualmente a rede elétrica da ala não comporta essa instalação. “Por isso a necessidade desse estudo e, posteriormente, da captação de recursos para a viabilização das instalações, que são complexas.”

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Sobre emendas encaminhadas por parlamentares, o hospital afirma que até o momento não teve verbas direcionadas à climatização desta unidade. “Sabemos do desconforto enfrentado pelos pacientes e familiares diante dos dias extremos de calor que estamos enfrentando no RS, e nos sensibilizamos com isso. Como forma de amenizar a situação tendo em vista as previsões de calor para esta semana, a instituição realocou alguns pacientes da Ala São Francisco”, finaliza a nota.

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