Lula confunde Pará com Amapá ao citar sede da COP30

MARIANA BRASIL
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confundiu o estado do Pará com o Amapá, durante entrevista nesta quarta-feira (12), ao falar da sede da COP30, conferência global sobre mudanças climáticas marcada para acontecer novembro em Belém.

“Vamos fazer a COP30 na qual o Amapá vai se colocar como um estado exemplo de preservação ambiental. O Macapá possivelmente sendo o estado brasileiro com menos desmatamento nesse instante”, disse. “Quando nós decidimos fazer a COP no Amapá, era porque gente queria: parem de falar da Amazônia e venham conhecer.”

Na fala, Lula também confunde a capital amapense, Macapá, com o estado.

A fala ocorreu durante entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá.

Belém foi escolhida no final de 2023 para sediar a 30ª COP, que é a conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudanças climáticas. Em janeiro deste ano, Lula apontou como presidente da edição o embaixador André Corrêa do Lago.

Lula cobrou novamente, durante a entrevista, financiamento estrangeiro para a preservação da amazônia e disse que o volume de recursos necessários para essas medidas tem aumentado e estão cada vez mais difíceis.

“Não achem que lá só tem mato, não. Embaixo de cada copa de árvore tem um trabalhador, um seringueiro, um pescador, um pequeno proprietário. E essa gente precisa ser respeitada e precisa de dinheiro. E é por isso que estamos cobrando do ‘mundo desenvolvido’ que já desmatou toda a sua terra que a gente que financiar para que os países que ainda têm floresta mantenham elas em pé.”

Ainda em suas falas, Lula voltou a defender a exploração de petróleo na Bacia Foz do Amazonas e reclamou da falta de autorização do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) a estudos de viabilidade técnica da área pela Petrobras.

Em sua fala, ele referiu-se à burocracia como “lenga-lenga” do órgão ambiental.

No início do mês, a Folha de S.Paulo mostrou que a expectativa no Planalto é de que o Ibama conceda, ainda no primeiro semestre deste ano, a licença ambiental que autoriza a exploração do petróleo na região.

A defesa pela exploração de petróleo na bacia já foi feita em outros momentos por Lula, inclusive a rádios de Minas Gerais na semana passada.

Além dele, a primeira-dama Janja, o ministro Alexandre Silveira, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), e o novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) defendem a explorção na área.

O setor energético do governo e a Petrobras argumentam que a Foz do Amazonas é essencial para substituir o declínio da produção do pré-sal na próxima década.

Já a ministra Marina Silva afirma que só a análise técnica do Ibama pode determinar se é sustentável, ou não, realizar o empreendimento. Ela tem apoio da ministra de Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e de ambientalistas.

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