PF investiga grupo responsável por tráfico de drogas internacional e fraude no programa Farmácia Popular 

Operação da Polícia Federal (PF) mira grupo investigado por tráfico internacional de drogas e suspeito de fraudar o Programa Farmácia Popular do Governo Federal. A Operação Arthron foi deflagrada nesta quinta-feira, 13, e busca desarticular e descapitalizar a organização criminosa. 

Conforme revela a PF, foram mais de 100 agentes investidos no cumprimento de 106 ordens judiciais em Goiás. Ao todo, foram seis mandados de prisão, 26 de busca e apreensão, 28 medidas restritivas de direitos, além do sequestro patrimonial de bens móveis, imóveis e bloqueio de mais de R$ 39 milhões dos investigados. Também existem mandados sendo cumpridos no Distrito Federal, Paraíba, Mato Grosso, Acre e Minas Gerais. 

A investigação teve início em 2022 quando um esquema de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, envolvendo um ex-candidato a vereador de Luziânia (GO) foi desvendado. O caso veio à tona após a prisão em flagrante de dois indivíduos transportando uma grande quantidade de cocaína com destino ao município goiano.

As apurações indicaram que o entorpecente era fornecido a traficantes da região e que a organização criminosa tinha ligação com facções de alcance nacional. O grupo era responsável pela entrada de grandes volumes de drogas no Brasil, principalmente oriundas da Bolívia, Colômbia e Peru, com distribuição concentrada no entorno do Distrito Federal.

Além do tráfico, a investigação revelou um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro. O rastreamento das movimentações financeiras identificou uma rede estruturada para ocultar a origem ilícita dos valores arrecadados. Entre as táticas utilizadas, estava a criação de diversas empresas no setor farmacêutico, posteriormente utilizadas para fraudes no programa Farmácia Popular do Governo Federal.

Os recursos obtidos com as fraudes eram direcionados ao financiamento do tráfico de drogas. Ao menos 28 empresas foram identificadas como parte do esquema, operando para desviar recursos públicos e sustentar as atividades ilícitas do grupo.

Leia também: PF captura cacique bolsonarista foragido por atos antidemocráticos

Chefe da PF responde Arthur Lira e deputados e afirma que não tem imunidade que protege crimes

Entenda o esquema dentro do Programa Farmácia Popular do Brasil 

O Programa do Governo Federal busca complementar a oferta de medicamentos da Atenção Primária à Saúde através de parcerias com a rede privada. 

As fraudes tiveram início com a compra de empresas cadastradas no programa, mas que já encerraram suas atividades, por parte dos investigados. Após feitas as alterações legais necessárias, uma terceira pessoa (também investigada pela operação da PF) atuava como “despachante” entre as empresas dos investigados e os órgãos do Poder Público. 

Uma vez regularizado o cadastro das empresas com a Farmácia Popular, essa despachante aumentava o número de lançamentos de medicamentos vendidos para o governo.

Para a execução das fraudes, os investigados simulavam vendas de medicamentos que, na realidade, nunca eram entregues aos beneficiários declarados. Eles utilizavam dados de consumidores que desconheciam as movimentações. 

A maioria das empresas envolvidas no esquema não possuía existência real e estava registrada em estados completamente diferentes do local de residência dos sócios declarados. Durante o período de funcionamento regular desses estabelecimentos, os repasses mensais do Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB) não ultrapassavam R$ 5 mil. No entanto, após o início das fraudes, cada farmácia passou a receber valores que variavam entre R$ 60 mil e R$ 90 mil mensais.

Diante desse esquema criminoso, que se somava aos lucros obtidos com atividades relacionadas ao tráfico de drogas, as medidas de bloqueio patrimonial também consideraram os prejuízos causados à sociedade.

O post PF investiga grupo responsável por tráfico de drogas internacional e fraude no programa Farmácia Popular  apareceu primeiro em Jornal Opção.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.