Presidente do Panamá afirma que relação com China segue inalterada

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O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, afirmou nesta quinta-feira (13) que a relação com a China permanece inalterada, apesar da retirada do país centro-americano do acordo estratégico da Rota da Seda promovido por Pequim.

“Por enquanto, a relação com a China não tem alteração política relativa ao meu governo, e comercial também não”, disse o presidente em coletiva de imprensa, ao ser questionado sobre o futuro dos vínculos do Panamá com a China após a retirada do acordo.

“A relação com a China se mantém e eu sinceramente não acredito que a questão da Rota da Seda vá afetar”, acrescentou Mulino, que considerou que o Panamá nunca obteve “benefícios” do principal projeto geopolítico e comercial do presidente Xi Jinping.

Após a visita ao país do secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, Mulino anunciou há uma semana o cancelamento do acordo da Rota da Seda que o Panamá assinou com Pequim em 2017 e que venceria em 2026.

O representante permanente da China na ONU, Fu Cong, lamentou o anúncio e afirmou que o acordo é uma “iniciativa econômica” e não “política”.

Na coletiva, o presidente panamenho disse ainda que o embaixador do Panamá em Pequim foi convocado pela chancelaria chinesa para explicar-lhe “a posição do governo” de Xi Jinping perante a retirada do acordo.

“Claro que não é agradável, tenho clareza sobre isso, mas bem, nem tudo o que se faz na vida recebe a aprovação de todo mundo”, declarou Mulino.

O presidente destacou que a China é “o grande exportador para o mundo” e apontou que é um parceiro comercial do país com a venda de automóveis e produtos tecnológicos, entre outros.

Mas também lembrou que os Estados Unidos são o principal cliente do Canal do Panamá, por onde passa 76% da carga americana, segundo dados da administração da via interoceânica.

Rubio visitou o Panamá em sua primeira viagem como chefe da diplomacia americana, em uma missão para conter a “influência chinesa” no canal, construído pelos Estados Unidos e que o presidente Donald Trump ameaça retomar.

© Agence France-Presse

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