Agropecuária e hortaliças: como chuva preta impacta plantações em SC


Especialista da Epagri/Ciram explica que as partículas de fuligem que estavam suspensas no ar podem ficar na superfície das folhas. Chuva preta é registrada em Iporã do Oeste, em SC
A chuva preta que chegou a Santa Catarina entre quinta (12) e sexta-feira (13) não deve prejudicar significativamente a agropecuária no estado. O fenômeno, porém, poderá ser visto nas hortaliças folhosas de cultivos não protegidos, segundo o agrônomo Guilherme Miranda.
Pesquisador de hidrologia da Epagri/Ciram, órgão que monitora o tempo no estado, o especialista explica que as partículas de fuligem que estavam suspensas no ar podem ficar na superfície das folhas e apenas prejudicar o “aspectos visual” delas.
✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp
“Acredita-se que estes particulados não sejam prejudiciais para o consumo destes produtos hortigranjeiros, visto que a própria chuva poderá promover a lavagem deste material”, explicou Miranda.
A situação pode ser verificada em alimentos como alfaces, rúculas, agrião, entre outras e alguns legumes como abobrinha, pimentão, tomate e berinjelas.
Chuva preta é registrada em uma das cidades mais frias do Brasil; VÍDEO
A chuva preta é resultado da mistura da água com a fuligem carregada pela fumaça. Conforme Gilberto Collares, professor de Engenharia Hídrica da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), eventuais danos oferecidos à saúde pelo fenômeno dependem de medição adequada.
Chuva preta: cidades registram fenômeno produzido por fumaça de queimadas
VÍDEO: Chuva preta é registrada em uma das cidades mais frias do Brasil
Além de Santa Catarina, a chuva preta chegou também no Rio Grande do Sul, onde a análise preliminar apontou concentração de partículas sólidas na água sete vezes maior que o normal, e no Uruguai.
No estado, os registros aconteceram em Bom Jardim da Serra, uma das cidades mais frias do país localizada na Serra, e em Chapecó, Maravilha e Iporã do Oeste, no Oeste catarinense.
Em relação a pecuária, Miranda explica que bebedouros de animais expostos poderão acumular a chuva negra. Portanto, recomenda-se a higienização dos materiais para evitar que os animais consumam a água com fuligem.
Carro com fuligem após chuva preta em Florianópolis
Lucas Amorelli/NSC
Fenômeno foi registrada outras vezes em SC
A chamada chuva preta, conforme Miranda, já foi registrado outras vezes no estado. Em 2020, por exemplo, partículas de fumaça provenientes dos incêndios no Pantanal foram registradas no Oeste, Meio-Oeste e Planalto Norte. Já em 2015, as cinzas do vulcão Chileno Calbuco também foram avistadas no estado.
“O destino deste material suspenso no ar serão os solos e os rios catarinense, como já aconteceu em 2015 com as cinzas do vulcão Chileno Calbuco, e que não tivemos consequências significativas para o setor agropecuário”, destacou o especialista.
✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsAp
VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias
Adicionar aos favoritos o Link permanente.