Psicanalista destaca a evolução de Neymar, após ser vaiado por quase 50 mil pessoas

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Durante o clássico entre Corinthians e Santos, na última quarta-feira (12), na Neo Química Arena, a psicanalista Ana Lisboa analisou de perto o desempenho de Neymar em seu primeiro grande duelo desde o retorno ao Brasil. Além da performance em campo, ela observou a intensa reação da torcida, que vaiou o jogador ao longo da partida. Para a especialista, enfrentar a hostilidade de aproximadamente 48 mil torcedores representa um grande desafio psicológico para qualquer atleta.

“É preciso ter um emocional muito forte para suportar uma multidão vaiando e xingando ao mesmo tempo”, ressalta Ana Lisboa. Segundo ela, a forma como Neymar respondeu à pressão – retribuindo com gestos de carinho – demonstra os mecanismos psicológicos que ele desenvolveu ao longo da carreira para lidar com adversidades. O ex-jogador de Barcelona (ESP), Paris Saint-Germain (FRA) e Al Hilal (SAU), além de ser uma das principais figuras do futebol mundial, também é pai de quatro filhos – um deles ainda por nascer –, o que reforça a importância das suas reações públicas e o impacto que elas podem ter no público.

Apesar do sucesso na carreira, Neymar carrega desafios emocionais e traumas que influenciam sua postura dentro e fora de campo. “Quem assiste ao documentário dele percebe o quanto a relação com o pai tem um peso significativo e como, nos momentos de crise, ele sempre busca essa referência como um ponto de apoio”, analisa Ana Lisboa. A psicanalista também aponta que impulsividade e questões financeiras podem estar ligadas a sentimentos inconscientes de indignação e desvalorização, refletindo um lado menos visível da vida do atleta.

Esse episódio reacende o debate sobre o impacto da pressão pública na saúde mental de atletas de alto rendimento. Segundo a especialista, embora jogadores como Neymar recebam salários milionários, a cobrança constante pode desencadear reações psicológicas complexas que afetam tanto o desempenho esportivo quanto a vida pessoal.

“Precisamos lembrar que, por trás do ídolo, há um ser humano lidando com expectativas, frustrações e cobranças desde muito jovem. Não se trata apenas de talento ou dinheiro, mas de saúde mental e das estratégias que cada um desenvolve para suportar tamanha pressão”, conclui Ana Lisboa.

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