Bahia registra queda em casos de dengue

Casos de dengue na Bahia tiveram queda de 64% até 10 de fevereiro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, conforme os dados atualizados da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Mesmo com o menor número de ocorrências da enfermidade, a Sesab aponta que a circulação do vírus é motivo de atenção, por isso segue com intensas ações de combate à doença.Gestão, prevenção, vigilância, controle de vetores, organização dos serviços, manejo clínico, preparação e respostas às emergências, comunicação e participação comunitária; esses são alguns dos tópicos do plano estadual de arboviroses que está em prática neste ano. Outras ações da Sesab incluem parceria com Conselho Estadual de Saúde e instituições de pesquisa, como a Fiocruz/Ba para desenvolver projetos contra arboviroses; publicização de instrumentos técnicos com orientações para os municípios; campanhas publicitárias para a população; além de apoio técnico e visitas técnicas aos núcleos regionais de saúde e municípios.Casos este anoSão 3.795 casos prováveis de enfermidade até 10 de fevereiro deste ano contra os 10.529 identificados no mesmo período do ano passado. Apenas quatro desses casos foram considerados graves pela Sesab, outros 119 foram entendidos com sinais de alarme. As ocorrências registradas de dengue no estado estão distribuídas em 236 municípios dos 417 do estado. Os maiores números de casos prováveis estão em: Vitória da Conquista (480), Monte Santo (460), Ilhéus (254), Itabuna (134), Porto Seguro (121), Feira de Santana (97) e Sente Sé (94); e Salvador (249).Em Salvador, a sub-coordenadora de ações de controle de arboviroses do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Lucrécia Lopes, explica os cuidados tomados. “O índice de infestação se manteve baixo esse ano e estamos focando nas áreas com maior risco de transmissão. Áreas com muita circulação, que vem gente de fora, os vírus que não estão aqui podem chegar. Como o vírus 3, que chegou no Sudeste, mas ainda não chegou em Salvador. No início do verão, começamos uma série de ações especiais para sensibilizar a população dos cuidados pra evitar a formação de focos do mosquito”.No país, essas seis primeiras semanas do ano registraram redução de quase 60% dos casos em comparação com o mesmo período do ano passado, conforme Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses. No total são 281.049 casos prováveis, enquanto em 2024 eram 698.482. Segundo nota do Ministério da Saúde, a redução substancial é fruto da mobilização nacional no combate à doença.Morte por dengueNo mesmo recorte temporal de 2024 foi registrado um óbito por dengue pela Câmara Técnica de Óbito da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep). Em 2025, ainda não houve caso registrado pela Divep, mas a Sesab investiga possível morte pela doença no último sábado, em Lauro de Freitas. Até o fechamento da reportagem não houve confirmação da secretaria.A vítima foi Dilma Costa de Santana, de 54 anos, também conhecida como Tia, por conta da Feijoada e Espetinho da Tia, seu negócio em Lauro de Freitas. Conforme seus filhos, a advogada Rafaela Oliveira, 28, e Vinicius Oliveira, 34, que trabalhava com a mãe, o atestado de óbito de Dilma aponta dengue como causa. Dor no corpo, no fundo do olho, febre de 39º, mais tarde apareceram placas vermelhas em seu corpo; esses são alguns dos sintomas que Dilma apresentou na sexta, quando procurou ajuda médica.Sua filha, Rafaela, aponta que houve demora para entender que o quadro era de dengue. Ela reforça ainda que sua mãe não possuía comorbidade e tomava os cuidados necessários para evitar a doença. “Sempre tomamos cuidados, porque trabalhamos com material de alimento, então nunca deixamos água parada e como estou grávida reforçamos ainda mais os cuidados por precaução”, conta.Busca pela vacinaA procura pela Qdenga, vacina da dengue, segue em baixa na Bahia. Conforme os dados mais atualizados da Sesab , de 16 de janeiro, somente 59% das doses do estado foram aplicadas. O imunizante é indicado como importante medida para diminuição de óbitos e casos a curto e longo prazo. Restam 179,672 vacinas da Qdenga em estoque no estado.A vacina é direcionada para crianças entre 10 e 14 anos, a faixa etária que concentra maior número de hospitalizações pela doença, após os idosos – grupo que não teve a vacina liberada. O medicamento é aplicado em duas doses, no intervalo de 90 dias. A coordenadora de imunização e vigilância epidemiológica das doenças imunopreveníveis da Sesab, Vânia Rebouças, explica a baixa adesão do imunizante.“Diferente de outras vacinas, que a gente faz ação extra muro com uma busca ativa dos públicos ainda não vacinados, com a dengue temos uma restrição de realizar essa vacina apenas no ambiente da unidade de saúde. É uma precaução, por ser uma vacina nova, recomenda-se que seja realizada em unidade de saúde para que os adolescentes possam ser observados no momento da vacinação”.Combate ao mosquitoA vacina da dengue é vista no cenário epidemiológico como uma coadjuvante, cuja colaboração principal é a longo prazo, mas também importante para o presente. Entre os cuidados indicados para evitar a proliferação do mosquito, Lucrécia do CCZ indicou os seguintes procedimentos: eliminar qualquer recipiente que possa acumular água ou manter tapados; limpar os locais em que são colocadas flores, vasos de animais, calha dos telhados; não deixar lixo espalhado; e fazer limpeza diária da residência. Ainda conforme o CCZ, a maior parte dos depósitos dos mosquitos são encontrados nas residencias, daí e necessário a atenção em casa.
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