Shakira atrasa show em São Paulo em uma hora e uiva para fazer as pazes com fãs


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Um homem xingava, impaciente, o atraso de Shakira, que abriu seu show em São Paulo uma hora depois do previsto -o que pareceu uma eternidade na noite abafada desta quinta-feira (13). Bombeiros tiveram de distribuir dezenas de copos de água para quem estava nas fileiras mais próximas do palco. Suadas, as pessoas reclamavam do calor, do empurra-empurra, da chuva que ameaçava cair. Não demorou para começarem a vaiar.

Mas o mau humor sumiu quando a popstar colombiana deu as caras. Ela surgiu desfilando, de óculos escuro, fazendo carão, no chão mesmo, do fundo do estádio Morumbis até o palco. Maravilhosa, linda, os fãs gritavam, já tendo perdoado o longo atraso.

Shakira começou com “La Fuerte”, do seu álbum mais recente, “Las Mujeres Ya no Lloram”, que batiza também a turnê. O show em São Paulo foi o segundo da maratona, que começou no Rio de Janeiro na terça, e segue para outros países da América Latina.

Aliás, foi exaltando estes locais, gritando “as argentinas, as portorriquenhas, as brasileiras”, durante a canção “Girl Like Me”, que Shakira conquistou de vez o público. Se a abertura até então estava morna, a parceria com Black Eyes Peas seguida da antiga “Estoy Aquí” empolgou o púbico.

“Obrigado por esperarem. Com essa chuva, tivemos umas dificuldades técnicas”, a cantora disse em sua primeira interação com os fãs. “É um prazer abrir essa turnê no Brasil. Este é o verdadeiro encontro de uma lobinha com sua alcateia”, disse, e então uivou. O público aplaudiu.

Shakira fala praticamente apenas português no show todo. Ela faz, por exemplo, um discurso dizendo que as mulheres levantam mais sábias e poderosas depois que caem -“vocês sabem que eu passei por uns desafios nos últimos anos”, disse, lembrando do seu divórcio turbulento com o ex-jogador espanhol Gerard Piqué. Pessoas na plateia gritaram xingamentos contra o ex-marido da sua diva. “Bem-vindos à turnê em que as mulheres não choram, mas faturam”, completou a colombiana.

O show todo segue nessa linha -mulheres acima de homens abobalhados. Em “Te Felicito”, por exemplo, Shakira rebola em meio a dançarinos homens com máscaras de robôs, logo depois de fingir tentar consertar um deles. O recado é claro.

Depois ela sai de cena para trocar de figurino. Na sua ausência, o telão entretém o público com uma animação que mostra uma loba protegendo seus filhotes na floresta. Shakira então volta e canta “Acróstico – Milan + Sasha”, música que dedica aos filhos.

O show atinge seu auge com “Hips Don’t Lie”, hit do começo de carreira de colombiana, seguida de outro mais recente, “Chantaje”, que ganha uma roupagem mais dançante no palco. “Monotonia”, “Loca” e “Soltera” completam o pedaço mais animado da turnê.

Outro momento muito aplaudido foi a performance de “Ojos Así”, também um sucesso antigo dela. Shakira usou os minutos que dura a canção para requebrar bastante o quadril, cheia de movimentos sinuosos, numa espécie de dança do ventre, tipo de coreografia pela qual sempre fora conhecida.

Ela fez uma apresentação parecida ainda este mês no Grammy, premiação onde derrotou a brasileira Anitta na competição de melhor álbum pop latino. Lá Shakira fez um discurso breve aos imigrantes que vêm sendo deportados por Trump nos Estados Unidos. Em São Paulo, porém, a colombiana não mencionou o assunto.

O show termina com “Waka Waka”, música que Shakira fez para a Copa do Mundo em 2010 e aumentou ainda mais sua projeção internacional. Depois uma loba gigantesca inflável surge no palco, e ela canta “Loba”, pedindo que o público uive. Assim Shakira sela de o pacto com a plateia que chamou de alcateia, e encerra sua passagem pelo Brasil.

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