“Eu não vivo sem rádio; eu e o gaúcho”

No carro, na sala, na cozinha, no escritório, no galpão… o rádio é companhia em diversos locais e momentos. Com informação, entretenimento e uma ampla variedade de atrações, chega aos distintos lugares e conecta você com o que ocorre em seu município, região, país e no mundo. Enquanto meio de comunicação, está inserido no dia a dia das comunidades e narra a história através de suas ondas.
Para celebrar e marcar sua importância, o 13 de fevereiro se tornou o Dia Mundial do Rádio. A data, comemorada anualmente, foi escolhida e oficializada em 2011 pela UNESCO, em homenagem à primeira transmissão de um programa da Rádio das Nações Unidas em 1946. O dia tem como objetivo homenagear as emissoras, os comunicadores e seus ouvintes.

E é essa relação, entre comunicadores e espectadores, que torna tudo ainda mais especial. Seja na interação instantânea, hoje facilitada pelos mecanismos digitais, ou pelo modo tradicional, em que o comunicador narra em detalhes os fatos, as cenas e transmite emoção através da voz e entonação, instigando a imaginação de quem está do outro lado, com seu aparelho a pilha, elétrico ou nos dispositivos móveis e veiculares, o rádio continua sendo um companheiro diário.

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Quem conhece bem essa relação é o santa-cruzense Flávio Luiz Esteves Falleiro, 66 anos. Ele remonta à infância as primeiras lembranças, com o pai sendo um ouvinte assíduo. A imaginação e criatividade o levavam a brincar de narrador de futebol, utilizando um cabo de vassoura fazendo a vez de microfone. “Realmente eu fui moldado para ser do rádio.” Recorda-se ainda, também quando criança, em 1963, de um acontecimento que marcou o cenário estadual, o assassinato do deputado estadual Euclydes Nicolau Kliemann, por um vereador, dentro do estúdio da Rádio Santa Cruz, em Santa Cruz do Sul. Com o rádio ligado em sua casa, Falleiro foi um dos ouvintes do estampido transmitido ao vivo, e que, 20 anos mais tarde, seria reproduzido em uma reportagem especial, produzida por ele, enquanto repórter da Rádio Gazeta.

Falleiro em 1980, ano em que ingressou na Gazeta

Este é apenas um, entre inúmeros momentos vivenciados por Falleiro, e que se associam ao rádio. Isso porque sua ligação foi além de ouvinte, e chegam próximo das cinco décadas trabalhando neste meio, tendo passado pelas funções de repórter, locutor, comentarista e narrador de futebol, até chegar aos cargos de gestão. De Gazeta, são 45 anos. “Ingressei na Gazeta em fevereiro de 1980, sendo registrado em abril daquele ano. Antes, desde 1976, eu apresentava um programa da Uesc, dirigido aos estudantes, na Rádio Santa Cruz, a única emissora que existia na época em Santa Cruz do Sul, na qual fui efetivado como repórter em 1977”, recorda.

Uma das datas marcantes em sua trajetória profissional é justamente o ponto de partida da Rádio Gazeta AM. Falleiro foi designado para transmitir o ato de inauguração no dia 28 de maio de 1980. “Cheguei no ano de implantação da Rádio Gazeta AM e acompanhei as inaugurações de todas as FM do grupo”, ressalta, mencionando que permaneceu até o ano de 1988 trabalhando na rádio e concomitantemente também no Jornal Gazeta do Sul.

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Falleiro assumiu a direção das rádios da Gazeta em Santa Cruz do Sul no final da década de 1980. Desde 1998 é diretor da Rádio Gazeta FM 96,1 e Jornal Gazeta da Serra, ambos de Sobradinho, e da Rádio FM 103,5, de Rio Pardo, além de ser consultor das demais rádios do grupo em Santa Cruz do Sul. São dois momentos distintos, em que a voz já não ecoa no microfone, mas exercendo uma função de representação e gerenciamento de tudo o que envolve o universo das emissoras com alcance a milhares de pessoas. “Depois que tu passas a ser gestor e trabalhar com a gestão de rádio a gente se aprofunda em todos os segmentos para tentar melhorar e extrair o melhor daquilo que se pode dentro da comunicação, mas evidentemente que se deixa fora o teu lado de como tudo começou, que é ser o radialista, o locutor.

Flávio Falleiro em congresso no ano de 1989

Acompanhando o desenrolar das décadas, o santa-cruzense acompanhou a evolução e tantas transformações, mas enfatizando que o rádio não perdeu sua essência. “É indescritível você conseguir comunicar e saber que está passando uma ideia, narrando algum fato, mas acima de tudo passando tudo aquilo que está vendo, presenciando, para a audiência. Tem milhares de pessoas do outro lado acompanhando teu trabalho, aquilo que você está vendo. Assim mesmo são as nossas locuções diárias, que nós fizemos no rádio, onde estamos em contato constante com a nossa audiência, que está sempre esperando aquele carinho, aquela comunicação do dia a dia, e a gente consegue transmitir isso, consegue chegar em qualquer canto do país, do mundo, das nossas comunidades, através da comunicação e através do recado que a gente dá, que é tão bonito, tão importante, e que continue assim por milhares e milhares de anos, porque pelo jeito como anda a evolução, de toda a tecnologia, o rádio continua o mesmo, a sua essência permanece a mesma”, reforça, destacando o complemento entre as mídias, impulsionando a informação.

André Luís Jungblut, presidente do Conselho de Administração da Gazeta Grupo de Comunicações, e Flávio Luiz Esteves Falleiro

E se o rádio emociona o ouvinte, ele também emociona quem está na transmissão. “Acompanhei diversos acontecimentos e também vários jogos, muitos momentos marcantes. Certa vez estava narrando uma partida em Ijuí, nos anos 1990, e na abertura da jornada me apresentaram uma gravação das minhas três filhas pequenas me homenageando pela passagem do meu aniversário. São as emoções que se passa no microfone, sem você nem imaginar. A nossa foi assim, trabalhando nos aniversários, nas datas comemorativas. Para nós nunca houve fim de semana, feriado, sempre a gente esteve ao lado do rádio, passando a nossa mensagem. Muita coisa bonita, muita coisa ruim, porque o rádio é assim, a gente transmite as coisas boas diariamente e as coisas ruins também porque fazem parte da nossa vida, mas o importante é que tu consigas transmitir aquilo que a audiência quer e aquilo que tu consegues, da melhor maneira possível”, destaca.

Vivenciando o rádio no dia a dia, Falleiro ressalta: “Minha vida toda. Eu não vivo sem rádio. Eu e o gaúcho. O gaúcho também não vive sem rádio.”

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