Zelenski pede plano comum de EUA e europeus para negociar com Putin

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, se reuniu ontem com o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, e pediu garantias de segurança antes de iniciar qualquer negociação para o fim da guerra com a Rússia.

Ele afirmou que só aceita se encontrar pessoalmente com Vladimir Putin após um “plano comum”, formulado por Donald Trump e os europeus. “Queremos muito a paz, mas precisamos de garantias reais de segurança”, disse Zelenski.

A conversa ocorreu durante a Conferência de Segurança de Munique e foi cercada de apreensão, uma vez que os EUA prometeram levar ao encontro o esboço de um plano de paz – que Vance não apresentou. “É importante que comecemos a negociar um acordo. É tudo o que vou dizer por enquanto”, disse o vice-presidente.

Embora tenha demonstrado esperança, após a conversa com Vance, Zelenski não escondeu o pessimismo com suas pretensões de integrar a Otan. “Os EUA nunca nos viram como parte da Otan. Eles só falavam sobre isso, mas na verdade não nos queriam”, disse o ucraniano.

Para o premiê britânico, Keir Starmer, no entanto, o caminho da Ucrânia rumo à Otan é “irreversível”. Foi isso o que ele disse ontem a Zelenski, em uma ligação telefônica – o que enfatizou mais uma vez a divisão entre Europa e EUA sobre o futuro do país e da aliança militar.

Risco nuclear

Um drone russo com um sistema explosivo atingiu a estrutura de contenção protetora da usina nuclear de Chernobyl, na região de Kiev, Ucrânia. Segundo Zelenski, que deu detalhes do ataque ontem, os níveis de radiação não aumentaram. Ele disse que a explosão danificou a estrutura e iniciou um incêndio, que foi controlado.

Autoridades russas não comentaram o caso. A agência nuclear da ONU não atribuiu culpa, afirmando apenas que sua equipe ouviu uma explosão e foi informada de que um drone havia atingido a estrutura de contenção.

Andrii Yermak, chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, disse ontem que autoridades ucranianas pretendem fornecer informações detalhadas a autoridades dos EUA sobre o ataque a Chernobyl durante a Conferência de Segurança de Munique.

Estadão Conteúdo.

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