Se a grama de plástico fosse boa, os europeus já estariam usando; e eles querem distância

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A manifestação do holandês Memphis Depay, do Corinthians, contra o uso de gramados sintéticos nos estádios brasileiros, teve o apoio de craques como Neymar e Gabigol, e intensificou o debate sobre a adequação dessas superfícies no futebol profissional. Os atletas argumentam que o futebol brasileiro, dado seu prestígio, não deveria sequer considerar a utilização de campos artificiais, enfatizando que a solução para gramados de baixa qualidade seria investir em grama natural de excelência. 

Atualmente, times grandes do nosso futebol fazem uso do piso sintético em seus estádios. São eles o Allianz Parque (Palmeiras), o Estádio Nilton Santos (Botafogo) e a Ligga Arena (Athletico-PR). Além disso, praças esportivas como a Neo Química Arena (Corinthians) e o Maracanã (Flamengo e Fluminense) utilizam gramados híbridos, que combinam grama natural e sintética.  Quando começar o Brasileirão, a Arena MRV, do Atlético-MG, também terá grama sintética.

Em resposta às críticas de Memphis & Cia, o Palmeiras defendeu o uso de gramados sintéticos, destacando que o campo do Allianz Parque possui certificação da FIFA e atende aos padrões internacionais de qualidade. O clube classificou as críticas como “rasas e sem base científica”, ressaltando que não há comprovação de que o uso de grama artificial aumente o risco de lesões nos atletas. 

A polêmica no Brasil reflete uma tensão entre a modernização das infraestruturas esportivas e a preservação das tradições do futebol. Mas, cá entre nós, se esse negócio de plástico fosse realmente algo que valesse à pena, já teria sido adotado nos grandes centros da Europa. As principais ligas europeias, como Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha, França, Portugal e Holanda, proíbem o uso da grama artificial em suas primeiras divisões. A Holanda, por exemplo, decidiu que, a partir da temporada 2025/26, todos os clubes deverão utilizar gramados naturais, revertendo a permissão anterior para campos artificiais. 

É certamente uma discussão que pode ir muito longe. Mas o exemplo que nós recebemos da Europa nos leva a acreditar que não adianta tentar defender o indefensável.

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