É preciso marcar e jogar bem

No fim de semana, Palmeiras e São Paulo fizeram um clássico sem brilho e com muita marcação. Não basta marcar. É preciso jogar bem e, se possível, encantar.Estevão, novamente, atuou parte do joga pelo centro. Não funcionou bem. Estava perdido. Deve ter sido orientação de Abel Ferreira, na tentativa de fazer dele um jogador mais completo. Estevão, quando atuava nas categorias de base do Cruzeiro, era chamado de Messinho, pela habilidade e por ser canhoto.Isso me faz lembrar de um fato. Quando Messi iniciou a carreira no time principal do Barcelona, atuava pela ponta direita de onde driblava para o centro para decidir com a canhota a jogada, como faz Estevão. Na véspera de um clássico, Guardiola ligou para Messi em casa, onde estava concentrado, e pediu para ele ir ao campo do Barcelona. O técnico mostrou que queria que ele jogasse como um meia, onde tentaria receber a bola entre o meio campo e os zagueiros adversários, para dai tentar o gol. Nascia um dos maiores fenômenos da história do futebol. Estevão não é Messi, mas pode tentar ser ainda melhor. Cada um faz a sua história.

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O clássico mineiro entre Cruzeiro e América foi também sem brilho e com muita marcação. Os times brasileiros, cada vez mais, procuram pressionar quem está com a bola ou que vai recebe-la. Isso é um avanço estratégico, desde que seja acompanhado de ações criativas. Gabigol teve mais uma atuação apagada, mas como tem cinco gols no campeonato mineiro, mesmo sendo três de pênaltis, é elogiado. É a adoração pelos números.Nem todos os times europeus utilizam, com frequência, a marcação por pressão. No Real Madrid, Ancelotti prefere atrair o adversário para contra-atacar e aproveitar a incrível velocidade dos quatro atacantes. Foi o que ocorreu contra o Manchester City na vitória por 3×2, pela Liga dos Campeões. Será que hoje, no jogo de volta, em Madrid, Guardiola vai repetir a estratégia de jogar com zagueiros no meio campo e sem um lateral direito mais marcador contra Vinicius Junior?

Gabigol em ação pelo Cruzeiro

Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

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|  Foto: Gustavo Aleixo

Liverpool e Barcelona são, neste momento, lideres dos campeonatos nacionais e os dois mais bem colocados na primeira fase da Liga dos Campeões. Possuem semelhanças e diferenças. Os dois marcam em bloco e por pressão, mas o Liverpool, diferentemente do Barcelona, prefere posicionar os defensores em uma linha intermediaria entre a grande área e o meio campo. É menos arriscado.O Liverpool, quando recupera a bola, chega mais rápido ao gol para aproveitar a velocidade de Luís Dias e Salah, enquanto o Barcelona prefere ficar mais com a bola e envolver o outro time com troca de passes. Os três meio-campistas do Liverpool marcam, constroem e avançam, enquanto no Barcelona há um meio-campista mais centralizado para iniciar as jogadas e mais um de cada lado que jogam de uma intermediaria a outra. No Brasil é diferente. Os técnicos preferem a antiga postura de jogar com dois volantes marcadores em linha e mais um meia, camisa 10, único responsável pela armação das jogadas, entre os dois volantes e os atacantes.A melhor estratégia é a mais bem executada, a que possui melhores jogadores e que usa de variações de acordo com o momento. O jogo de futebol dá aula de diversidade.

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