Viveiro onde nove pássaros silvestres morreram após enchente é interditado por irregularidades em Salto


Local fica próximo ao Rio Tietê e um lago, mas não tinha sistema de escoamento, nem ralos. Viveiro também não possuía as licenças obrigatórias do Ibama e não atendia aos requisitos do Departamento de Gestão da Fauna Silvestre do Estado de São Paulo (DeFau). Pássaros de viveiro que alagou em Salto são encaminhados para ONG
O viveiro Parque do Lago, em Salto (SP), foi interditado devido a irregularidades de estrutura. Uma enchente no local matou nove pássaros e deixou outros dois desaparecidos. Apenas quatro aves exóticas sobreviveram e foram encaminhadas para o Núcleo da Floresta, em São Roque (SP).
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Conforme apurado pela TV TEM, o viveiro não tinha as licenças obrigatórias do Ibama para funcionar devidamente. O local também apresentava falta de infraestrutura adequada, instalação, documentação e não atendia aos requisitos do Departamento de Gestão da Fauna Silvestre do Estado de São Paulo (DeFau).
“A nossa intenção agora é dar prosseguimento em um estudo mais avançado para o licenciamento. Eu entendo que não se trata apenas de um viveiro, tem que ter um anexo, um profissional capacitado, um veterinário e um biólogo à disposição”, explica José Antônio Luciano, secretário do Meio Ambiente.
Segundo o parecer técnico, o desnível do solo do viveiro resultava em aberturas que podiam facilitar a entrada de predadores. Outros problemas, como proteção inadequada para a entrada de luz solar ou chuva e a falta de equipe multiprofissional, foram apontados.
Além disso, o viveiro fica próximo ao Rio Tietê e, portanto, a ausência de um ralo ou sistema de escoamento resultou no alagamento do local. De acordo com José, o nível da água chegou a subir aproximadamente 35 centímetros.
“A água que subiu era bastante barrenta. Também houve descargas elétricas, e uma dessas descargas, segundo nossa bióloga, pode ter afetado e assustado as aves. Essas aves caíram no chão. Enquanto estava inundado, elas não conseguiram sair e acabaram morrendo”, explica o secretário.
Viveiro de Salto (SP) é interditado por conta de irregularidades e enchente
Reprodução/TV TEM
Os quatro animais sobreviventes, um periquito australiano, um periquito do dorso vermelho e duas rolinhas diamantes, que foram levados para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), já foram atendidos e devidamente tratados.
“Uma dessas rolinhas diamante veio com um machucado, a gente tratou e já está tudo em ordem. Os animais estavam um pouquinho debilitados, mas agora já estão recuperados. Todos são animais exóticos, por isso vão ser devolvidos para o município, já que não são da nossa fauna e não podemos fazer a soltura deles na natureza”, diz Rafael Mana, biólogo e diretor do Núcleo da Floresta.
Atualmente, o local está reabilitando 86 maritacas, uma onça-parda que foi atropelada e um lobo-guará fêmea que caiu em uma armadilha. A maioria dos animais que passa pela ONG não consegue retornar para a natureza, como um guaxinim mão-pelada que foi encontrado ao lado da mãe morta.
“A gente precisa pensar num todo, pensar na qualidade de vida desses animais, o futuro dessa espécie, o nosso futuro como uma sociedade e sobre a coexistência humana com a fauna. Isso é importantíssimo”, diz Rafael.
Quatro aves sobreviveram à enchente e foram encaminhadas para o Núcleo da Floresta de São Roque (SP0
Reprodução/TV TEM
Diversos animais estão em processo de reabilitação no Núcleo da Floresta em São Roque (SP)
Reprodução/TV TEM
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