Coragem para melhorar

Voltemos a ensolarada tarde do dia 25 de janeiro. Um sábado de Fonte Nova rubro-negra, com mais de 27 mil pagantes em apoio a Nego mais querido da Bahia. Carpini botou em campo um esboço da equipe que tinha em mente como titular. Do outro lado, o Colo-Colo, já com sinais de que seria um candidato ao rebaixamento, fato já consolidado. Me refiro a essa partida pelo seguinte motivo: como espectador, comentei com meu pai que via um Vitória ajustado principalmente na linha defensiva.Tal qual a vida, o futebol também muda muito rápido e, da mencionada defesa, Carpini não conta mais com as duas principais referências técnicas: Lucas Esteves e Wagner Leonardo, vendidos ao Grêmio. Bom negócio do ponto de vista financeiro, ruim para o esperado encaixo do time, que teve naquela tarde mais dois jogadores que caminhavam para uma titularidade absoluta: o volante Ronald, bom construtor com a bola, e Wellington Rato, principal contratação (em termos de nome) para a atual temporada.

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Outras partidas vieram e Carpini, sem se prender a um ideal teórico do que pensava em relação a equipe, enxergou que precisava repensar e priorizar o caréter competitivo, característica que faz o Vitória hoje somar 17 partidas de invencibilidade, a maior entre os clubes que integram a Série A do Brasileiro. Um repensar não só por obrigação, em virtude da saída de dois jogadores encaixados no sistema, mas também em relação a opções. Dois dias atrás, por exemplo, optou por uma equipe sem Ronald e Wellington Rato, que, até então, não têm entregado o suficiente sem a bola.Com coragem, o Vitória venceu de virada o Fortaleza, que mantém a base da quarta melhor equipe do último Brasileiro e, consequentemente, classificada à fase de grupos da Libertadores. No Castelão, o elenco de Carpini mostrou potencial para as variações características do treinador, que utilizou sistemas diferentes em cada um dos tempos de jogo. Óbvio que o Leão se movimenta no mercado em busca de mais opções até o fechamento da primeira janela de contratações, que finda no próximo dia 28, mas a base do atual plantel parece consistente para este momento da temporada.

Rato tem sido uns dos destaques do Leão na temporada

|  Foto: Victor Ferreira/EC Vitória

É com esta base que a equipe venceu oito e empatou quatro dos 12 jogos do ano, quando tem a melhor campanha da Copa do Nordeste e Baiano, consequentemente. No estadual, com a derradeira rodada da primeira fase neste final de semana, o já classificado Leão pode garantir o primeiro lugar até em caso de empate com o Atlético de Alagoinhas, amanhã, no Carneirão. Na Copa do Nordeste, projetada como prioridade entre as duas competições, o Vitória lidera o grupo A com seis pontos de vantagem para o primeiro clube fora da zona de classificação restando três jogos da fase classificatória.Ou seja, um caminhar sólido em pouco mais de um mês de temporada, promissora para o rubro-negro mesmo com perdas significativas. Mas como bem Carpini diz, é buscar ser o mais competitivo com o melhor que o elenco oferece a cada compromisso. Está bem claro que nenhum jogador, seja ela qual for, irá jogar pelo que já entregou. Estará em campo, sim, pelo que segue sendo capaz de oferecer a uma equipe sem medalhões e de um espírito coletivo coeso, como é a melhor versão deste atual Vitória ainda em reconstrução.

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