Diretor do Inpe pede exoneração e diz que ‘ciclo tem que renovar’

clezio de nardin, diretor do inpe

BOGOTÁ, COLÔMBIA (FOLHAPRESS)

Clezio de Nardin, diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), pediu exoneração do cargo na última quarta-feira (19). Em nota, publicada no site do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), ele afirmou que o “ciclo tem que renovar”.

“Nós realizamos muita coisa em pouco tempo”, diz, na mesma nota, o agora ex-diretor do Inpe. “Em quatro anos nós reconstruímos toda a base meteorológica. Trouxemos os modelos numéricos. Avançamos a previsão para a previsão subsazonal e estamos desenvolvendo o estado da arte e modelagem numérica do tempo.”

De Nardin ficou cerca de quatro anos à frente do Inpe, assumindo a direção ainda durante a gestão Jair Bolsonaro (PL), em 2020. No instituto desde 1997, o geofísico espacial era coordenador-geral de Ciências Espaciais e Atmosféricas antes de assumir a direção. Ele é engenheiro formado pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria).

Em seu lugar, assume interinamente Antonio Miguel Vieira Monteiro, também servidor do Inpe e coordenador do Liss (Laboratório de investigação em Sistemas Socioambientais) da Divisão de Observação da Terra e Geoinformação.

A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (20), assim como a nomeação do substituto interino.

Já foi nomeada, também, uma comissão de busca para apontar um novo diretor para o instituto, responsável, por exemplo, por previsão do tempo e dados de desmatamento e queimadas.

A comissão é presidida por Luis Manuel Rebelo Fernandes, do MCTI, pelo cientista Carlos Nobre, por João Paulo Capobianco, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, por Luiz Bevilacqua, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e por Julio Shidara, da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil.

A Folha de S.Paulo tentou contato com o MCTI, com o Inpe e com De Nardin, mas não recebeu resposta até a publicação deste texto.

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