Kassab volta a chamar ministério de ‘frágil’ e diz que Haddad tem dificuldade para avançar

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, voltou a criticar na sexta-feira (21) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Em entrevista coletiva após palestra na Associação Comercial de São Paulo, Kassab, que é secretário no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse o petista comanda um “ministério frágil”.

“Eu tenho dito que o ministro Haddad teve bons projetos aprovados, mas que outros que são tão importantes quanto, ele não tem tido força para aprovar”, afirmou Kassab. “Portanto, é um ministério frágil que não consegue aprovar as suas medidas”, continuou.

O secretário disse, porém, que “torce pelo governo” e negou que tenha feito críticas às políticas econômicas. “O PSD não apoiou o presidente Lula na sua campanha, mas entende que foi eleito e não temos nenhum problema em apoiar todas as medidas que a gente entende sejam positivas para o país”, afirmou.

Em janeiro, Kassab disse que Haddad é fraco na condução do Ministério da Fazenda, ao contrário de figuras que ocuparam o cargo no passado, como Fernando Henrique Cardoso, Antonio Palocci, Henrique Meirelles e Paulo Guedes, na sua avaliação.

“O que vemos hoje é uma dificuldade do ministro Haddad de comandar. Um ministro da economia fraco é sempre um péssimo indicativo”, afirmou à época.

“Eu acredito no sucesso da economia quando você tem ministros de economia fortes. No próprio governo do FHC, no qual eu fui deputado federal, você ia encaminhar algumas sugestões para o presidente e ele mesmo falava ‘isso não é comigo é com o [Pedro] Malan’. No [primeiro] governo Lula, o Palocci comandava. No governo Temer, Meirelles comandava. Todos os bons momentos do Bolsonaro foram relacionados ao Paulo Guedes. E a presidente Dilma não foi bem porque ela queria comandar a economia”, disse Kassab durante evento em São Paulo, no fim do mês passado.

Com três ministérios na Esplanada (Pesca, Agricultura, e Minas e Energia), o PSD é base do governo Lula, mas o presidente do partido é secretário no governo paulista, comandado por Tarcísio, um dos principais nomes na disputa pela vaga da direita na corrida presidencial de 2026.

Após a primeira crítica de Kassab a Haddad, em janeiro, a relação entre o partido e o Palácio do Planalto ficou estremecida. Em Brasília, o discurso foi recebido como alerta em relação à reforma ministerial, já que o PSD tem deixado claro em conversas que se opõe à perda de pastas estratégicas.

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