Fazer um gol na Arábia é quase tão “difícil” quanto bater um lateral

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Cristiano Ronaldo, aos 40 anos, está correndo contra o tempo para alcançar os mil gols.  Pelas contas oficiais, desde o seu início no Sporting, passando por Manchester United, Real Madrid, Juventus, Al Nassr e seleção portuguesa, marcou ao todo 924 gols em 1.264 partidas disputadas. Faltam portanto 76 gols. Se continuar jogando mais uns dois anos na Arábia Saudita, provavelmente conseguirá o milésimo.

Estou levantando essa questão porque a Fifa e os dirigentes da UEFA insistem em não reconhecer os mil gols de Pelé. O principal questionamento é que muitos gols do Rei aconteceram em jogos amistosos. No entanto, essa argumentação ignora o contexto do futebol na década de 1960. Naquela época, as competições internacionais de clubes eram escassas, e times sul-americanos de ponta, como o Santos, realizavam excursões para a Europa, enfrentando as maiores equipes do continente em partidas que, embora classificadas como amistosas, tinham um nível de competitividade altíssimo.

O Santos costumava fazer excursões pela Europa e enfileirava gigantes como Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique e Milan, consolidando-se como o melhor time do mundo naquele período. Hoje em dia ninguém leva em conta que esses jogos tinham um prestígio e um nível de intensidade superior a muitos campeonatos disputados atualmente.

Mas os europeus desconsideram esses gols, ignorando a realidade da época e aplicando um critério que não condiz com o futebol dos anos 60. Esse duplo padrão se torna ainda mais evidente ao analisarmos a situação do próprio  Cristiano Ronaldo. Atualmente, o português busca alcançar os mil gols atuando na Arábia Saudita, uma liga que, tecnicamente, está longe da elite do futebol mundial. Diferente do que Pelé enfrentava em suas excursões contra as maiores potências do futebol, Cristiano joga contra adversários de qualidade questionável, em um torneio que dificilmente seria considerado de alto nível em qualquer análise objetiva.

Se os gols de Pelé em amistosos altamente competitivos são desconsiderados, como justificar a contagem irrestrita dos gols de CR7? Todos sabemos que fazer um gol no “Sauditão” é algo quase tão “difícil” quanto bater um lateral.

Cristiano Ronaldo, Messi e todos os jogadores da atualidade, jamais chegarão aos pés do Rei Pelé. Isso é fato.

Na contagem deles…

Atualmente, segundo a contagem da Fifa, os maiores artilheiros da história do futebol são:

       1.    Cristiano Ronaldo – 924 gols

       2.    Lionel Messi – 849 gols

       3.    Josef Bican – 805 gols

       4.    Romário – 772 gols

       5.    Pelé – 767 gols

       6.    Ferenc Puskás – 746 gols

       7.    Gerd Müller – 735 gols

       8.    Robert Lewandowski – 698 gols

       9.    Eusébio – 623 gols

       10. Túlio Maravilha – 545 gols

etc
A coluna Futebol Etc na edição impressa do Jornal de Brasília, nesta segunda-feira (24/2)

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