The Cult dispensa aparatos visuais e toca seu hard rock potente em São Paulo

the cult


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Se não fosse pelo mar de celulares que atrapalhavam a visão do palco para quem estava na plateia, teria sido um show de rock como nos anos 1990 -apenas músicos competentes tocando para um público atento. E talvez não precise de nada mais.

Com um palco cru, sem telões nas laterais ou bandeira ao fundo, a apresentação do The Cult, em São Paulo, neste domingo, se concentrou essencialmente no hard rock do quarteto britânico, que segue muito potente nesta turnê de comemoração dos 40 anos da banda.

Depois de passarem pelo Rio de Janeiro e pela capital paulista, o grupo toca ainda em Curitiba, nesta terça-feira, e para lá deve levar o set que alternou momentos mornos, em que a plateia parecia entediada, com os hits, nos quais vibrava.

Funcionava assim -quando a música não era tão conhecida, como “Mirror”, do último disco da banda, lançado em 2022, as pessoas mal se mexiam, só olhavam catatônicas para o palco, onde o vocalista Ian Astbury tocava pandeiro ou chocalhos e cantava com vontade, sem a ajuda de efeitos na voz.

Mas quando Billy Duffy tocava na guitarra os acordes clássicos da balada “Eddie (Ciao Baby)”, do álbum mais conhecido da banda, “Sonic Temple”, de 1989, a plateia gritava e levantava seus celulares -sempre eles, a arruinar a experiência de quem não pagou o ingresso mais caro, em frente ao palco- para filmar tudo, em sinal de aprovação.

Com o som bem equalizado e o volume alto na medida, sem exageros, quem foi até o Vibra São Paulo e esperou até quase 22h de um domingo para o começo do show pôde entender a beleza sonora que baixo, guitarra e bateria são capazes de produzir na mão de músicos com décadas de reconhecimento de crítica e público.

De preto, eles se diferenciavam do vocalista, que vestia uma longa camisa branca com manchas vermelhas e trazia na cabeça sua clássica bandana. Aos 62 anos, Astbury canta com fluidez e vigor, levando a experiência dos discos para o palco, e sua voz oscila pouco no decorrer das faixas.

O show do The Cult serviu para nos lembrar de como é bom quando o foco do show é a música e nada mais, o que não é pouco numa época em que o setor de entretenimento acostumou o público a esperar apresentações que, às vezes, parecem espetáculos da Disney.

Antes de a banda subir ao palco, os americanos do Baroness, não muito conhecidos por aqui, abriram a noite. O grupo é um dos expoentes do metal progressivo a conquistar os fãs de música pesada no século 21, com longas partes instrumentais, sem vocal, e muitos solos de guitarra, tocados com esmero pela guitarrista Gina Gleason.

Com um set que pinçou uma ou duas músicas dos seis discos da banda, foi uma hora de uma bela porrada sonora.

THE CULT E BARONESS
– Quando Ter. (25), às 19h
– Onde Live Curitiba – r. Itajubá, 143, Curitiba
– Preço De R$ 600 a R$ 1.200
– Classificação 18 anos
– Link: https://fastix.com.br/events/the-cult-40th-anniversary-tour-curitiba

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