Grau de urbanização aumenta no Oeste Paulista e pesquisadores avaliam cenário de transformações econômicas e sociais


Analista de projetos da Gerência de Demografia da Fundação Seade, Paulo Borlina Maia, argumenta que as mudanças demográficas estão ligadas a fatores como industrialização e modernização econômica, êxodo do campo, concentração de serviços e infraestrutura urbana. Região de Presidente Prudente (SP) registra aumento da população urbana
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O Brasil vivenciou um dos mais intensos e acelerados processos de urbanização do mundo desde 1980, explicou o pesquisador Bruno Leonardo Barcella Silva, doutor em geografia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e em pós-doutorado na Universidade Federal do ABC (UFABC) e . Diante desse cenário, a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) divulgou um estudo que revela que houve uma redução, como consequência desse fenômeno, de 1,3 milhão de habitantes residindo em área rural no Estado de São Paulo entre os anos de 1980 e 2022, com queda intensificada a partir dos anos 2000. Na Região Administrativa de Presidente Prudente (SP), formada por 53 municípios do Oeste Paulista, o grau de urbanização chegou a 89,5% em 2022, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tabulados por um estudo da Fundação Seade.
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Conforme Silva, a região de Presidente Prudente não deixou se estar articulada ao grau de urbanização, uma vez que está situada no Estado de São Paulo, “o principal impulsinador desse processo”.
“Grau de urbanização é o percentual da população residente em áreas urbanas, em determinado espaço geográfico, em determinado ano considerado. Indica a proporção da população total que reside em áreas urbanas, segundo a divisão político-administrativa estabelecida pelas administrações municipais”.
Além disso, os dados apresentados no estudo mostram um processo de “certa estabilização” quando comparado aos dados do Censo do IBGE de 2010 e 2022.
O geófrago explicou que demonstram que, em 2010, dois municípios do Oeste Paulista possuíam uma taxa de urbanização acima dos 95%, o estrato superior do mapa, sendo:
Presidente Prudente, com 97,91% da população vivendo na zona urbana, ou seja, já naquele momento acima da taxa média do Estado, e
Presidente Venceslau (SP), com 97,02% da população vivendo na zona rural.
Já em 2022, Silva detalhou que, o mapa apresentado pela Fundação Seade mostrou que apenas o município de Presidente Prudente continua com mais de 95% da população residindo em áreas urbanas.
Números da população urbana e rural e grau de urbanização no Estado de São Paulo
Fundação Seade e IBGE
Ele também ressaltou que dois pontos podem ser destacados nesta nova análise:
primeiro, “os municípios com grau intermediário passaram de 423 para 402”, embora a concentração continue a se situar no Oeste Paulista, onde está localizada a região de Presidente Prudente; e
segundo, “apenas 46 municípios (7%) apresentaram proporção inferior a 65%”, alguns deles também situados na região de Presidente Prudente, especialmente no Pontal do Paranapanema.
Região de Presidente Prudente (SP) registra aumento da população urbana
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Grau de urbanização de Presidente Prudente 🏙
Segundo Silva, o grau de urbanização é a proporção de pessoas de uma determinada região ou município que vivem em áreas urbanas, ou seja, nas cidades.
Já em relação aos motivos que fazem com que o grau de urbanização tenha se mostrado elevado nos últimos anos, o especialista explicou que esse fenômeno é uma tendência mundial, especialmente em países industrializados e/ou desenvolvidos.
“A idade média da população urbana é menor do que a rural devido ao êxodo rural e à dinâmica demográfica das cidades. A migração de jovens para os centros urbanos, impulsionada pela maior oferta de trabalho e emprego e pela concentração de instituições de ensino, resulta em uma maior presença da população economicamente ativa nas cidades, reduzindo sua média de idade”, pontuou ao g1.
Evolução do grau de urbanização no Estado de São Paulo
Fundação Seade e IBGE
O pós-doutorado ainda contextualizou que, no meio rural, a concentração fundiária dificulta a permanência do pequeno produtor, tornando a sucessão geracional cada vez mais rara.
“Filhos de produtores e trabalhadores rurais, que antes dariam continuidade às atividades familiares, agora migram para as cidades, acentuando o envelhecimento da população rural e influenciando a mudança etária demonstrada na pesquisa. Na região de Presidente Prudente, esse fenômeno não é diferente. Pelo contrário, manifesta-se de forma evidente, com a cidade de Presidente Prudente concentrando a oferta de serviços, educação e saúde, reafirmando sua importância como polo regional”, destacou Silva.
Ao analisar a região de Presidente Prudente, a maior parte dos municípios está no estrato que possui entre 65% e 94,99% de grau de urbanização.
O geógrafo detalhou que, no estudo apresentado pela Fundação Seade, referente ao Censo Demográfico do IBGE de 2010, é registrado que na ocasião, a região de Presidente Prudente apresentava um grau de urbanização de 88,8%, inferior à média estadual de 95,9%.
Nesse período, o município de Caiuá (SP) registrava a menor taxa de urbanização da região, com apenas 38,3% de sua população residindo em áreas urbanas e Presidente Prudente apresentando o maior grau com praticamente 98%.
Região de Presidente Prudente (SP) registra aumento da população urbana
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Ele pontuou que, segundo o último Censo de 2022, os dados indicam que, em 2022, a Região Geográfica Imediata de Presidente Prudente, composta por 28 municípios, possuía uma população total de 833.530 habitantes.
“Observa-se que, entre 2010 e 2022, a população do município de Presidente Prudente cresceu de 207.610 mil para 225.668 mil habitantes, indicando um aumento na urbanização local visto que o aumento dessa população se deu majoritariamente nas áreas urbanas. Embora não disponhamos de dados precisos sobre o grau de urbanização atual da região, é possível inferir que a tendência de crescimento urbano se manteve, acompanhando o aumento populacional e a expansão das áreas urbanizadas nos últimos anos”, afirmou ao g1.
“Na região de Presidente Prudente, a alta taxa de urbanização também está ligada ao crescimento e à importância do próprio município de Presidente Prudente, que concentra os principais serviços e oportunidades na região. Dessa forma, o fenômeno da migração rural-urbana é uma consequência direta da centralização de serviços e da mudança de perfil socioeconômico da região, alinhando-se a uma tendência observada em outras partes do Estado de São Paulo e do país. Esse processo é também reflexo de uma transformação social e econômica, com a crescente valorização das áreas urbanas em detrimento das áreas rurais”.
Região de Presidente Prudente (SP) registra redução da população rural
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Aumento da população urbana x redução da população rural 🌆
De acordo com o analista de projetos da Gerência de Demografia da Fundação Seade, Paulo Borlina Maia, as mudanças demográficas do Estado de São Paulo, no que se refere ao urbano e rural, são devidas a uma série de fatores interligados, tais como:
Industrialização e modernização econômica;
Migração rural-urbana e êxodo do campo;
Concentração de serviços e infraestrutura urbana; e
Políticas públicas e transformações sociais.
“Ou seja, o aumento da população urbana e a diminuição da população rural em São Paulo foram motivados principalmente pela industrialização e modernização econômica, que geraram um forte êxodo rural, aliado à melhoria e concentração de serviços e infraestrutura nas cidades. Esse conjunto de fatores transformou o perfil demográfico do Estado”, detalhou Maia ao g1.
Pensando nos motivos que resultaram essas mudanças, Silva ressaltou que se trata de um processo histórico que vem se desenhando há décadas de forma ampla no contexto nacional.
“O chamado ‘êxodo rural’ se tornou uma expressão comum nos livros de história e geografia do ensino médio devido a esse processo. No caso da região de Presidente Prudente, essas mudanças refletem processos socioeconômicos e espaciais mais amplos, como a redução da necessidade de mão de obra no campo, resultante da mecanização e das mudanças produtivas”, contextualizou ao g1.
População residente por situação do domicílio urbano e rural na Região Administrativa de Presidente Prudente
O geógrafo explicou que a concentração fundiária, característica sintomática da região, torna a permanência do pequeno produtor no campo cada vez mais difícil, e a sucessão geracional é cada vez mais rara.
“Trata-se do movimento em que os filhos dos produtores rurais, que outrora continuariam o ‘negócio’ da família, agora, mudam para a cidade em busca de outras oportunidades, assim como os filhos dos trabalhadores rurais. Esse fenômeno também influencia na mudança etária demonstrada pela pesquisa. Tais fatores estão articulados à capacidade de atração que os centros urbanos possuem em relação às atividades econômicas”, pontuou o pesquisador em pós-doutorado.
Segundo ele, a urbanização na região de Presidente Prudente reflete tanto a expulsão da população do campo devido à modernização agrícola e à concentração fundiária, quanto a atração exercida pelas cidades, que, em tese, “ofereceriam melhores condições de trabalho, moradia e acesso a serviços”.
“A mecanização agrícola reduziu a necessidade de mão de obra no campo, fazendo com que muitas famílias rurais migrassem para as cidades. Esse fenômeno refletiu tanto a busca por melhores oportunidades econômicas, quanto a escassez de empregos no meio rural. Assim, o êxodo do campo foi uma consequência direta do desenvolvimento industrial e da transformação dos métodos agrícolas”, completou Maia.
Silva também pontuou que esse processo é comum em diversas regiões do interior paulista e do Brasil.
“Presidente Prudente, o principal município da região, possui uma concentração de mais de 75% do PIB [Produto Interno Bruto] no setor de serviços e mais de 13% no setor industrial. Ou seja, 88% do PIB está concentrado em setores típicos do mundo urbano”, completou.
Região de Presidente Prudente (SP) registra aumento da população urbana
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Assim, o pesquisador explicou que a redução da população residente em áreas rurais pode ser explicada por uma série de fatores interligados, que envolvem transformações econômicas, mudanças sociais e demográficas.
Além disso, ele destacou que tal característica reflete diretamente no mercado de trabalho, em que a maior concentração da oferta de empregos está em setores com “atividades típicas do mundo urbano”, como:
comércio varejista,
educação,
saúde, atividades administrativas públicas, e
transporte.
“Portanto, dos vários fatores que podem ser destacados como motivadores da alta taxa de população urbana na região de Presidente Prudente, os fatores socioeconômicos talvez sejam os principais”.
O pesquisador em pós-doutorado explicou que a mecanização da agricultura diminuiu a necessidade de mão de obra no campo e a concentração fundiária, o que favoreceu grandes propriedades voltadas para o agronegócio e reduziu as oportunidades para pequenos agricultores.
Paralelamente, as cidades se tornaram mais atrativas devido à oferta de empregos na indústria e no setor de serviços, além de melhores condições de vida, infraestrutura, saúde e educação.
“O êxodo rural foi intensificado pelo envelhecimento da população no campo, pela informalidade do trabalho agrícola e por políticas públicas que incentivaram a migração urbana, como programas habitacionais e investimentos em transporte e saneamento. Além disso, a expansão das cidades incorporou antigas áreas rurais, diminuindo a quantidade de território considerado não urbano. Esses fatores combinados explicam a queda expressiva da população rural ao longo das últimas décadas”, detalhou ao g1.
O pesquisador completou que o movimento de “migração rural-urbana” na região de Presidente Prudente ocorre de maneira articulada a processos macroestruturais e conjunturais que marcam o acelerado e diversificado processo de urbanização que o Brasil passou a experimentar desde o final do século XX, com uma intensificação a partir do início do século XXI.
“O país, que assistiu a um dos maiores processos de urbanização no mundo, se transformou em uma verdadeira máquina de produzir cidades, com um crescimento urbano exponencial e um padrão de urbanização caracterizado por grandes transformações sociais e econômicas. Esse fenômeno resultou em uma urbanidade cada vez mais complexa e diversificada, refletindo as profundas mudanças no perfil da população e nas dinâmicas territoriais, tanto no Estado de São Paulo quanto em diversas outras regiões do Brasil”, pontou.
Região de Presidente Prudente (SP) registra aumento da população urbana
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Números populacionais 👥
Segundo Silva, em 2022, a região de Presidente Prudente alcançou uma população total de 882.764 mil habitantes.
Especificamente, o município de Presidente Prudente registrou 225.668 habitantes nesse mesmo ano, segundo o Censo Demográfico do IBGE.
“É possível inferir que a maioria dos habitantes reside em áreas urbanas, dado o alto grau de urbanização observado. Por exemplo, em 2021, o município de Presidente Prudente apresentava um grau de urbanização de praticamente 98% segundo o índice de efetividade da gestão municipal de 2022 apresentado ao TCE-SP [Tribunal de Contas do Estado de São Paulo], indicando que essa porcentagem da população vivia em áreas urbanas”, explicou o geógrafo e pesquisador ao g1.
Portanto, considerando a tendência de alta urbanização na região, é razoável estimar que a população urbana na região de Presidente Prudente seja predominantemente superior. Com isso, é possível observar que a maior parte da população reside em áreas urbanas.
Quanto aos números da população rural, Silva acrescentou que é possível observar uma tendência de redução desse contingente ao longo dos anos, como ocorre em muitas outras regiões com alto índice de urbanização, que aponta essa redução como uma tendência para todo o Estado de São Paulo.
Idade média da população urbana e rural do Estado de São Paulo
Fundação Seade e IBGE
Mudança etária 👶
Conforme Maia salientou, as diferenças entre as idades são muito pequenas, sendo apenas de 1 a 3 anos. Contudo, algumas hipóteses podem ser levantadas para esta diferença.
“Jovens migram para as cidades em busca de melhores oportunidades de emprego, educação e lazer, enquanto o meio rural fica com uma população com idades mais elevadas. Por outro lado, a concentração de atividades econômicas e a modernização dos centros urbanos tornam as cidades mais atrativas para a população ativa, contribuindo para uma menor idade média nessas áreas”, destacou ao g1.
Já Silva explicou que a idade média da população urbana é menor do que a rural devido a fatores relacionados ao êxodo rural e à dinâmica demográfica das cidades.
“A migração de jovens em busca de melhores oportunidades de emprego, educação e qualidade de vida concentra a população economicamente ativa nos centros urbanos, reduzindo sua média de idade. Enquanto isso, no meio rural, a saída dos mais jovens e a permanência de uma população mais velha elevaram a idade média”, pontuou o pesquisador.
Além disso, ele salientou que áreas urbanas, geralmente, apresentam maiores taxas de natalidade e melhor acesso a serviços de saúde, contribuindo para uma estrutura etária mais equilibrada em comparação ao envelhecimento acelerado da população rural.
“Tais explicações ajudam a explicar o cenário exposto no estudo da Fundação Seade que demonstra que entre 2010 e 2022, a idade média dos moradores da zona rural aumentou em 6 anos, passando de 32,9 para 38,9 anos. Já na área urbana, esse crescimento foi de 4 anos, subindo de 33,5 para 37,6 anos. Em 2010, a população rural era, em média, cerca de seis meses mais jovem do que a urbana. No entanto, essa situação se inverteu em 2022, quando os moradores do campo passaram a ser, em média, um ano mais velhos que os das cidades”, destacou Silva ao g1.
Região de Presidente Prudente (SP) registra aumento da população urbana
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Tendências futuras 📈
Segundo Maia, o aumento da população urbana e a redução da população rural podem resultar em desafios como sobrecarga de infraestrutura nas cidades, crescimento de habitações irregulares, desemprego e desigualdades sociais.
No campo, ocorre diminuição da mão de obra, afetando a produção agrícola e levando ao despovoamento de áreas rurais.
“Essas mudanças exigem políticas públicas adequadas para promover um desenvolvimento equilibrado entre áreas urbanas e rurais”, pontuou o analista de projetos.
Silva explicou que as tendências para os próximos anos, em relação ao processo de urbanização na região de Presidente Prudente e no Brasil, como um todo, podem ser entendidas à luz de vários fatores sociais, econômicos e ambientais, dentre eles podemos elencar algumas possíveis tendências, como:
Crescimento da população urbana: a tendência de aumento da população urbana, observada de forma geral no Brasil, não se reflete de maneira proporcional na Região de Presidente Prudente, como já foi possível observar entre 2010 e 2022 em que foi constatada uma certa “estabilização”. Porém, é possível que observemos uma crescente concentração de serviços, comércio e emprego nas áreas urbanas mais dinâmicas como a cidade de Presidente Prudente, é esperado que a maior parte da população continue a migrar das áreas rurais para os centros urbanos. Mesmo com uma maior digitalização e a ampliação de trabalhos remotos, a concentração urbana deve permanecer alta, visto que as cidades continuam a se expandir e a diversificação do mercado de trabalho é maior nos centros urbanos;
Crescimento das cidades médias e expansão periurbana: embora as grandes metrópoles concentrem uma maior parte da população, cidades médias como Presidente Prudente devem continuar a crescer, atraindo novos habitantes devido a uma oferta maior de serviços, educação e infraestrutura, além da descentralização de processos industriais e administrativos. A urbanização das áreas de expansão do tecido urbano também deverá aumentar como resultado da produção e especulação imobiliária e habitacional que no Brasil se perpetua como um dos grandes negócios econômicos historicamente;
Expansão dos tecidos urbanos: a urbanização da região não se restringe apenas ao centro da cidade de Presidente Prudente, mas também às áreas periféricas que apresentam uma dinâmica imobiliária intensa, estudos demonstram como o mercado imobiliário na região apresenta tendências crescentes de apropriação de áreas periféricas das cidades para construção de novas formas de habitar relacionados de um lado aos espaços residenciais fechados e de outro a produção massiva de habitação voltado a políticas habitacionais. A produção imobiliária alargando o tecido urbano das cidades continuará como uma tendência crescente, o que exigirá adaptações nas políticas públicas para garantir a infraestrutura e os serviços necessários nessas áreas em crescimento;
Desafios na mobilidade urbana: com o aumento da população urbana, a mobilidade na região de Presidente Prudente se tornará um desafio. A necessidade de melhorar a infraestrutura de transporte, a integração do transporte público com as áreas periféricas e a melhoria nas vias urbanas e intermunicipais será cada vez mais urgente para atender a esse crescimento;
Mudanças demográficas e envelhecimento populacional: O aumento da idade média tanto nas áreas urbanas quanto rurais indica um processo de envelhecimento populacional. Isso pode trazer desafios para a prestação de serviços de saúde e a necessidade de adaptação das cidades para pessoas idosas. A falta de mão de obra jovem nas áreas rurais pode impactar a economia local, o que deve acelerar a mudança de atividades econômicas nessas regiões;
Aumento das desigualdades e busca por inclusão social: com a maior urbanização, surgem desafios em relação às desigualdades sociais. A concentração de populações em áreas periféricas e a carência de serviços e infraestrutura em regiões mais distantes do centro urbano podem gerar um aumento nas disparidades sociais. A promoção de políticas públicas focadas na inclusão social, com o acesso a moradia de qualidade e serviços essenciais, será fundamental para mitigar essas desigualdades;
Sustentabilidade e mudanças climáticas: o avanço da urbanização deverá ser acompanhado de uma crescente necessidade de integrar práticas de sustentabilidade no planejamento urbano, como no uso de tecnologias para a redução de impactos ambientais, aumento da eficiência energética e promoção da mobilidade urbana sustentável. O foco em áreas como planejamento urbano para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e garantir a resiliência das cidades pode se tornar uma tendência crescente, assim como já assistido em outros países; e
Digitalização e novas formas de trabalho: a revolução digital também impactará a urbanização nas próximas décadas. O aumento do trabalho remoto e a digitalização de diversos setores podem reduzir a dependência de grandes centros urbanos, incentivando ainda mais um processo de urbanização cada vez mais dinâmico, complexo e diversificado, com mais flexibilidade entre a vida urbana e rural. Porém, sem que as cidades percam seu papel de centros de inovação e serviços.
“A tendência é de que a urbanização continue a crescer, embora a um ritmo progressivamente mais lento, até atingir uma estabilização, enquanto a população rural apresenta uma redução gradual”, destacou Maia.
“Essas tendências, combinadas com as transformações estruturais em curso, como mudanças profundas na economia e no mundo do trabalho, mudanças climáticas impõem uma agenda impossível de serem ignoradas e apresentam de forma cada vez mais aceleradas os efeitos potencialmente desastrosos, desenham um cenário de urbanização dinâmica e desafiadora no Brasil. A região de Presidente Prudente não fica alheia a este cenário macro”, finalizou ao g1 o doutor em geografia.
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