De roubo a abuso: veja quais os crimes mais comuns no Carnaval

Carnaval reúne milhões de pessoas pelas ruas do BrasilEdson Lopes Jr/ Secom

O Carnaval atrai milhões de foliões para as ruas, mas também registra um aumento na incidência de crimes, que vão desde furtos e roubos até golpes financeiros e casos de violência.

Dados das Secretarias de Segurança Pública mostram que esses delitos seguem padrões distintos nas principais capitais do país, exigindo atenção e medidas de prevenção por parte das autoridades e dos próprios foliões.

A seguir, veja quais são os crimes mais comuns durante o período carnavalesco e como denunciá-los.

Furtos e roubos de celulares

Carnaval em São PauloFilhos da Foto/ Fotos Públicas

A subtração de celulares é um dos crimes mais frequentes durante o Carnaval, sobretudo nos grandes blocos e festas de rua.

A principal diferença entre furto e roubo é que o primeiro ocorre sem violência ou ameaça, enquanto o segundo envolve algum tipo de coerção contra a vítima.

Em São Paulo, foram registrados 590 casos de furtos e roubos de celulares no pré-Carnaval de 2025, uma redução de 60% em relação a 2024, quando houve 1.508 ocorrências. O número de roubos, especificamente, foi de 211 casos, contra 518 no ano anterior, representando uma queda de 59%.

No Rio de Janeiro, o furto de celulares também está entre os crimes mais registrados. Em fevereiro de 2024, foram 3.362 ocorrências, um aumento de 15% em relação a 2023, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública.

Em Salvador, os furtos são comuns nos circuitos Dodô (Barra-Ondina) e Osmar (Campo Grande), com milhares de casos registrados anualmente.

Já em Recife, a Polícia Militar reportou 1.137 casos de furtos e roubos em 2024, com destaque para o Galo da Madrugada.

Os roubos, por envolverem ameaça ou violência, são monitorados com mais rigor pelas forças de segurança.

No Rio de Janeiro, houve redução de 20% nos crimes de rua durante o Carnaval de 2024, mas ainda há registros de arrastões e roubos em áreas turísticas.

Em Salvador, houve queda nos homicídios durante o evento, mas os roubos a pedestres ainda foram significativos.

Pernambuco também registrou 117 prisões relacionadas a roubos e furtos em 2024.

Golpes financeiros e estelionato

Outro crime recorrente no Carnaval é o estelionato, que abrange diferentes golpes financeiros. Entre os mais comuns, estão:

  • Clonagem de cartões e fraudes bancárias: criminosos se aproveitam da distração para obter dados pessoais.
  • Golpe do PIX: envolve a indução da vítima a transferir dinheiro via transação digital.
  • Golpe do beijo: quando um criminoso se aproveita da aproximação para furtar objetos de valor.
  • Boa Noite Cinderela: aplicação de substâncias químicas na bebida da vítima para cometer crimes como roubo ou abuso.

No Rio de Janeiro, os casos de estelionato subiram 28% em fevereiro de 2024, totalizando 5.695 registros. A Polícia Militar alerta que esses crimes podem se tornar ainda mais sofisticados em 2025.

Violência e importunação sexual

Saída da Sapucaí com segurançasReprodução/PMRJ

Além de furtos e golpes, o Carnaval também registra um aumento de crimes contra a dignidade sexual, como importunação e estupro.

No primeiro trimestre de 2024, houve 1.821 ocorrências de importunação sexual no Brasil, sendo 577 apenas em fevereiro.

Minas Gerais liderou o número de registros, com 527 casos, seguido pela Bahia (213).

Em relação a estupros, foram 9.155 ocorrências no mesmo período, com 2.780 apenas no mês do Carnaval.

O Disque 100 registrou 73,9 mil violações de direitos humanos durante o Carnaval de 2024, representando um aumento de 38% em relação a 2023.

Grande parte das denúncias envolveu crimes contra crianças e adolescentes, com São Paulo liderando o número de registros.

Outros crimes

Durante o Carnaval, algumas práticas ilegais podem levar a punições, como urinar em vias públicas e praticar atos obscenos.

Urinar em via pública, por exemplo, é considerado infração administrativa em diversas cidades, podendo resultar em multa.

Em São Paulo, o valor ultrapassa R$ 500, enquanto no Rio de Janeiro pode chegar a R$ 2.000.

Dependendo do caso, a pessoa pode ser conduzida à delegacia, conforme o artigo 233 do Código Penal.

Já sexo em via pública é enquadrado como ato obsceno, podendo levar à detenção de três meses a um ano ou multa.

Os envolvidos podem ser abordados pela polícia e obrigados a assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência.

Como denunciar

Para garantir a segurança durante o Carnaval, as autoridades orientam que vítimas de crimes denunciem as ocorrências imediatamente. Os principais canais de denúncia são:

  • 190 (Polícia Militar): para emergências em andamento.
  • Disque 100: para denúncias de crimes contra direitos humanos.
  • Disque 180: para casos de violência contra a mulher.
  • Delegacias físicas e online: algumas polícias estaduais permitem registro de boletins de ocorrência pela internet.
  • Aplicativos de segurança pública: disponíveis em algumas cidades para facilitar denúncias.
  • Medidas de prevenção

Em resposta ao aumento da criminalidade no período carnavalesco, as autoridades anunciaram reforço na segurança:

  • São Paulo: agentes disfarçados atuam entre os foliões, e no pré-Carnaval de 2025, sete suspeitos foram presos e 30 celulares recuperados.
  • Salvador: campanhas da Delegacia da Mulher foram intensificadas para coibir crimes contra mulheres.
  • Rio de Janeiro: 26 mil agentes atuam no patrulhamento e investigação.
  • Pernambuco: pela primeira vez, haverá controle de acesso ao Recife Antigo e Olinda, além de revistas em pontes estratégicas durante o desfile do Galo da Madrugada.
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