Aurélio Buarque de Holanda, o criador do dicionário mais famoso do Brasil

No fim de 2020, a editoria Máquina de Livros lançou o “Por trás das palavras”, de Cezar Motta, que conta os bastidores da produção do Dicionário Aurélio, o mais famoso e mais vendido dicionário do Brasil. Tão famoso que a gente o chama pelo nome quando temos dúvida em alguma palavra: “Cadê o Aurélio?” “Procura no Aurélio”. Durante muitos anos, as listas de materiais escolares das escolas pediam o Dicionário. Hoje, o Google te mostra tudo sobre todas as palavras. Antigamente, a gente tinha que seguir a ordem alfabética para achar a palavra desejada. Hoje, a resposta está a um clique.

A criatura muitas vezes supera o criador. Se alguém falar Aurélio, a imagem de um dicionário surge na nossa mente e não o rosto do autor. Aurélio Buarque de Holanda foi um professor, filólogo e tradutor. Nasceu em Alagoas, mas passou boa parte da sua vida no Rio de Janeiro onde colaborou com ensaios para os suplementos literários de vários jornais. Seu amor pela Língua Portuguesa se materializou na produção do maior dicionário do Brasil. Em 1975, a Editora Nova Fronteira publicou a primeira edição do Aurélio. Foi um sucesso e muitas escolas adotaram o Dicionário. Ele morreu em 28 de fevereiro de 1989.
Na década de 1990, o jornal O Popular publicou o Dicionário em fascículos. A cada semana, o jornal trazia mais um fascículo e, no final da promoção, o leitor ganhava uma capa dura para encadernar o dicionário. Com a internet facilitando a vida das pessoas e mostrando a grafia e o significado das palavras em um clique, o Aurélio encadernado seja um bom enfeite para a estante.

Aurélio Buarque de Holanda ficou famoso pelo seu dicionário e não pelo parentesco com o historiador Sérgio Buarque de Holanda e o cantor e compositor Chico Buarque de Holanda. Quando pensamos em Aurélio, lembramos do dicionário e queremos saber como foi feito. Cezar Motta tenta fazer isso em “Por trás das palavras”. Já é um livro que quero muito ler. Palavras que levam às palavras. O criador morre, mas a criatura vive.

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