As principais reações do mundo ao bate-boca entre Trump e Zelensky

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A discussão inédita desta sexta-feira (28) entre Donald Trump e Volodimir Zelensky na Casa Branca provocou uma onda de reações no mundo, com Moscou aplaudindo o que chamou de momento “histórico” e as potências ocidentais reafirmando seu apoio à Ucrânia.

Seguem abaixo as principais reações:

– RÚSSIA: ‘Histórico’

“Histórico”, considerou Kirill Dmitriev, gestor do Fundo Russo de Investimento Direto e um dos negociadores russos nas conversas russo-americanas de 18 de fevereiro na Arábia Saudita.

“Pela primeira vez, Trump disse a verdade na cara do palhaço cheirador de cocaína”, declarou, por sua vez, o ex-presidente Dmitry Medvedev, atual número dois do Conselho de Segurança russo, ao se referir ao presidente ucraniano.

“Como Trump e Vance se contiveram e não deram um tapa nesse canalha é um milagre da moderação”, escreveu a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, no Telegram.

– UCRÂNIA: ‘paz sem garantias’

“A paz sem garantias não é possível”, considerou o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal. “O presidente Zelensky tem razão”, acrescentou. “Um cessar-fogo sem garantias é o caminho para a ocupação russa de todo o continente europeu”.

O comandante-chefe do Exército ucraniano, Oleksandr Sirski, disse que “as forças armadas estão com a Ucrânia, com o povo, com o comandante supremo”, referindo-se a Zelensky.

– UE: ‘Nunca estará sozinho’

“Sua dignidade honra a coragem do povo ucraniano. Seja forte, seja valente, seja intrépido. Você nunca estará sozinho, querido presidente Zelensky”, escreveram a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa.

“Vamos seguir trabalhando com você para uma paz justa e duradoura”, acrescentaram em uma declaração conjunta.

“Hoje ficou claro que o mundo livre precisa de um novo líder. Cabe a nós, europeus, assumir esse desafio”, disse a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas.

– ESPANHA: ‘Com você’, Ucrânia

“Ucrânia, a Espanha está com você”, escreveu o presidente de governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, na rede social X, após o bate-boca acalorado.

Sánchez tem sido um apoiador ativo da Ucrânia após a invasão russa há três anos. Nesta segunda, durante uma reunião internacional em Kiev, prometeu um novo pacote de assistência militar para os ucranianos de um bilhão de euros (R$ 6 bilhões) em 2025.

– FRANÇA: ‘Agressor’ russo

“Existe um agressor que é a Rússia. Existe um povo agredido que é a Ucrânia”, declarou o presidente francês, Emmanuel Macron, durante visita a Portugal.

“Acho que estávamos certos ao ajudar a Ucrânia e sancionar a Rússia há três anos, e continuar fazendo isso”, afirmou.

“É preciso agradecer a todos os que ajudaram e respeitar os que lutam desde o princípio, porque lutam por sua dignidade, sua independência, por seus filhos e pela segurança da Europa”, prosseguiu Macron. “São coisas simples, mas é bom relembrá-las em momentos como estes.”

– ALEMANHA: ‘Não confundir agressor e vítima’

“Ninguém deseja mais a paz que os cidadãos da Ucrânia! Por isso buscamos juntos o caminho para uma paz duradoura e justa. A Ucrânia pode contar com a Alemanha e com a Europa”, afirmou o chefe do governo alemão, Olaf Scholz, em comunicado.

O vencedor das recentes eleições e provável sucessor, o conservador Friedrich Merz, disse a Zelensky que apoia a Ucrânia “tanto nos bons como nos maus momentos”. “Jamais devemos confundir agressor e vítima nesta terrível guerra”, afirmou.

– REINO UNIDO: “Apoio inabalável”

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que conversou tanto com Trump quanto com Zelensky. “Ele mantém um apoio inabalável à Ucrânia e faz tudo o que pode para encontrar o caminho para uma paz duradoura baseada na soberania e na segurança da Ucrânia”, declarou uma porta-voz.

“Ele está ansioso para receber no domingo líderes internacionais, incluindo o presidente Zelensky”, em uma cúpula dedicada à guerra na Ucrânia em Londres, acrescentou.

– ITÁLIA: cúpula ‘sem demora’

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, pediu a convocação “sem demora” de uma reunião de cúpula entre os Estados Unidos, a Europa e seus aliados sobre a Ucrânia.

O objetivo é “discutir com franqueza como pretendemos abordar os grandes desafios atuais, a começar pela Ucrânia, que defendemos juntos nos últimos anos”, manifestou.

– POLÔNIA: ‘amigos ucranianos’

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, assegurou ao presidente ucraniano e a seus compatriotas que “não estão sozinhos” em mensagem publicada após o bate-boca entre Trump e Zelensky.

“Querido Zelensky, queridos amigos ucranianos, vocês não estão sozinhos”, escreveu Tusk na rede social X minutos depois de o mandatário ucraniano deixar a Casa Branca.

– HOLANDA: Apoio ‘intacto’

“O apoio da Holanda à Ucrânia continua intacto, principalmente agora”, afirmou o primeiro-ministro Dick Schoof. “Queremos uma paz duradoura e o fim da guerra de agressão desencadeada pela Rússia.”

– HUNGRIA: “Obrigado”

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, agradeceu a Trump por ter defendido “corajosamente a paz”.

“Os homens fortes fazem a paz, os fracos fazem a guerra. Hoje, o presidente Donald Trump defendeu corajosamente a paz, embora, para muitos, isso seja difícil de digerir. Obrigado, sr. presidente.”

– OUTROS PAÍSES

Outros países ocidentais também expressaram apoio a Kiev. O Canadá enfatizou que a Ucrânia luta por sua liberdade, mas também “pela nossa”, e a Dinamarca disse ter orgulho “de apoiar a Ucrânia e o povo ucraniano”.

“Uma Suécia unida apoia os nossos amigos da Ucrânia”, manifestou o premier sueco, Ulf Kristersson.

Seu colega australiano, Anthony Albanese, disse que seu país “apoiaria a Ucrânia” pelo tempo que fosse necessário e denunciou as “intenções imperialistas” de Putin.

Também na Oceania, o primeiro-ministro da Nova Zelândia, Christopher Luxon, expressou seu apoio “inabalável” à Ucrânia na defesa de “uma nação orgulhosa, democrática e soberana, mas também do direito internacional”.

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© Agence France-Presse

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