Mãe de Jorginho, homenageado pela Dragões, se emociona

brazil carnival 2024: samba school parade at the city of são paulo

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

Taiana Freitas, mãe de Jorginho Freitas, se emocionou ao falar do desfile que homenageia o filho. Ela vem em um dos carros alegóricos da Dragões da Real, que apresenta o enredo “A vida é um sonho pintado em aquarela!” que, além de retratar o ciclo da vida, é também uma homenagem ao neto do carnavalesco Jorge Freitas, que morreu aos oito anos em 2024 após uma luta contra uma doença rara.

“Como eu demonstrei todo meu amor enquanto ele esteve aqui em matéria comigo, eu quero continuar demonstrando que nosso cordão não foi cortado. Estaremos sempre juntos, porque ele sempre falava: ‘ao infinito e além’. […] Uma parte do desfile que vai mostrar tudo o que a gente viveu e que eu vou continuar vivendo, mesmo ele não estando em matéria, mas em espírito. Ele estará sempre comigo em todos os momentos.”

O carro em que Taiana desfilará tem referências a viagens no tempo e astronautas. “Ele amava esse tema. Quando meu pai teve essa ideia, disse: ‘Posso te mostrar uma ideia? Será que você vai aguentar?’. Falei: ‘Por ele, eu aguento tudo’. Porque quando eu chorava, ele dizia assim: ‘Mamãe, não chore, eu tô bem’.”

A sensação que tenho quando abre a cápsula do foguete é a sensação toda vez que eu ensaio. Não tem uma vez que a gente não se emociona, e eu principalmente, porque eu revivo o meu parto. Parece que quando ele sai do foguete, ele tá saindo novamente do meu ventre. Quando ele sai do meu ventre e vem até a mim, é como se fosse aquele nosso primeiro encontro, que na verdade é apenas um reencontro. Porque já vem de vidas passadas. [Eu disse ao meu pai]: ‘Eu gostaria de reviver esse momento com meu filho’. Foi aí que surgiu.

Para Taiana, a história de Jorginho é um instrumento para tocar outras mães. “A vida dele foi amor. […] O sonho dele era pisar no Anhembi, estar com a gente nessa festa, estar bagunçando, porque ele amava isso. Mas assim, a minha preocupação dele precisar de algo, eu ter que correr com ele. Antes de ele fazer a passagem, ele disse: ‘Mamãe, eu vou estar no Anhembi com você’. […] E com certeza ele está. Ele é um instrumento porque cada um que pisar naquela avenida, cada espectador e telespectador tem um astronauta na vida.”

Ela compara o ciclo da vida ao Carnaval. “Essas lembranças estão sendo transformadas nas mais lindas cores da nossa aquarela. Como na música ‘Aquarela’, do Toquinho, pela qual estamos retratando o ciclo da vida, o início, o meio e não o fim, o recomeço. A nossa vida é uma missão. A gente veste uma roupa, cumpre uma missão e só se transporta para um outro plano para gente montar uma nova história, para a gente voltar e viver uma linda e nova missão. E o Carnaval é isso.”

A gente se prepara o ano inteiro, a gente veste uma fantasia, a gente cumpre uma missão de uma faixa amarela a outra, e quando a gente sai dessa faixa amarela na dispersão, a gente se despe e a gente remonta uma nova história, para que a gente possa, no ano seguinte, voltar e viver uma nova e linda grande história.

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