Ambulantes falam sobre desafios e conquistas no Carnaval de Salvador

O Carnaval de Salvador, está sendo um momento de altos e baixos para os ambulantes. Se por um lado, a chuva e a desorganização do evento afetaram algumas vendas, por outro, muitos encontraram formas de celebrar as conquistas pessoais e manter o espírito festivo.

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O Portal A TARDE entrevistou alguns desses trabalhadores que estão presentes nas ruas de Salvador, e que fazem parte da alma dessa festa.Alex de Oliveira Nogueira, mais conhecido como “Queijo do Rasta”, é um dos ambulantes que se destaca no circuito Campo Grande. Para ele, o Carnaval foi uma ótima oportunidade de negócios. “O carnaval, para mim, é ótimo. Até agora, o meu Carnaval, as minhas vendas e o meu dia a dia aqui no circuito Campo Grande têm sido ótimos”, afirmou Alex, que trabalha com a venda de queijo coalho e bebidas no isopor.Ele também fez questão de destacar o trabalho realizado pela Prefeitura na organização dos vendedores ambulantes. “Eu agradeço a Salvador por essa festa maravilhosa e também à Prefeitura, que organizou o grupo dos vendedores ambulantes, porque tem muita gente que bagunça, muitos vendedores que procuram confusão [por causa dos pontos de venda], então acabamos ficando com um pouco de dificuldade.”Porém, ele não deixou de destacar um grande desafio do Carnaval: a chuva. “A chuva atrapalha muito, porque não temos onde nos proteger”, desabafou. Em relação à segurança de sua filha, Alex também expressou a importância de tê-la consigo no circuito, evitando o risco de deixá-la em creches. “Eu não confio, então é melhor manter a minha filha comigo, onde estou vendo, porque isso traz mais segurança para mim”, revelou Alex.Em sua trajetória como ambulante, Alex se orgulha das conquistas que alcançou ao longo dos anos. “Eu sou bem conhecido em todo lugar, todo mundo já conhece o meu dia a dia. Eu trabalho como ambulante e tenho um ponto na praia da Preguiça. Todo mundo me conhece como ‘Rasta do Queijo'”, contou. Ele também compartilhou um pouco sobre o sucesso que obteve com o trabalho, conquistando até mesmo imóveis. “Foi através das vendas ambulantes que eu conquistei as minhas quatro casas. E hoje eu estou fazendo um plano junto com minha esposa, para comprarmos um carro”, comemorou Alex.Por outro lado, Solange Pimentel Nogueira, ambulante com mais de 25 anos de experiência no Carnaval de Salvador, trouxe à tona alguns desafios enfrentados ao longo dos anos. “Esse Carnaval, na sexta-feira, não foi legal. Não teve muita chuva, mas demorava muito para passar o trio, e o pessoal não tem paciência e vai embora”, relatou Solange, destacando a frustração que a desorganização causou nos foliões e como isso impactou o movimento nas ruas.

Solange Pimentel Nogueira durante o Carnaval de Salvador

|  Foto: Azure Araujo

Solange, que trabalha com vendas no circuito Campo Grande e também em outros pontos da cidade, lembra que os tempos de Carnaval eram mais organizados. “Eu tenho muitos anos de Carnaval e antigamente era melhor. Hoje em dia, a questão do transporte influencia muito. O pessoal não quer ir embora muito tarde. Ontem, no ponto, todo mundo estava se questionando sobre o porquê de não passarem os ônibus. E isso desanima as pessoas”, contou Solange, reforçando que o transporte deficiente e o custo elevado são fatores que afastam os foliões de aproveitar o evento.Em relação ao seu trabalho, ela destacou a importância de outros pontos que possui, como uma banca na Avenida Sete. “É um ponto pequeno, mas é o que me ajuda nas minhas despesas”, revelou. Apesar das dificuldades, Solange se orgulha do que conquistou ao longo dos anos. “Eu consegui muita coisa, porque eu pago as minhas contas”, finalizou.

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