“A substância”, com 5 indicações ao Oscar, faz crítica às imposições do machismo estrutural

Por Catherine Machado Bastos
Agência de Notícias do CEUB

Escrito e dirigido por Coralie Fargeat, o longa “A Substância”, indicado a 5 categorias no Oscas, estreou em 19 de maio de 2024 no festival de Cannes, um dos mais prestigiados festivais de cinema do mundo. O filme aborda um tema relevante presente na sociedade, a busca incessante pela beleza. 

Em “A Substância”, Elisabeth Sparkle, interpretada por Demi Moore, é uma ex estrela de cinema que, ao passar anos apresentando um programa de ginástica na televisão, foi demitida de uma hora para outra para ser substituída por alguém mais nova.

Elisabeth, passando por uma crise, só vê saída em uma coisa, a substância. Trata-se de uma espécie de droga que cria um “clone” dela, porém mais jovem e bonita, a Sue, interpretada por Margaret Qualley. 

Horror

A partir daí, o filme apresenta diversas cenas de body horror, que não é nada mais do que cenas de mutilação, mutação do corpo e diversas cenas que causam desconforto, como enfiar uma agulha diversas vezes em uma mesma ferida infeccionada.

Fargeat usa disso exatamente para mostrar até onde as pessoas vão por beleza, até onde se pode ir para se encaixar nos padrões sociais. 

Ao Sue entrar em cena, a diretora usa de ângulos para hipersexualizar propositalmente a personagem, com fins de mostrar exatamente que a mídia quer atrair audiência com o famoso “male gaze”, o olhar masculino apresentando a figura feminina como um objeto. 

Oscar

Além de indicado a melhor filme, a obra também está concorrendo a melhor atriz, melhor maquiagem, melhor roteiro original e melhor direção.

A categoria de melhor maquiagem mostra a importância de uma boa construção dos efeitos especiais, que são essenciais para transmitir os efeitos perturbadores e grotescos que o gênero apresenta ao telespectador. 

Demi Moore, indicada para a categoria de melhor atriz, foi aclamada pela crítica por entregar uma atuação excepcional, mergulhando no papel de uma mulher que enfrenta grandes transformações físicas e emocionais, transmitindo com muita maestria a agonia e vulnerabilidade de sua personagem.

O filme se destaca pela sua fluidez, que mantém o público envolvido com a trama do começo ao fim.

Ele explora temas que fazem os telespectadores refletirem sobre as distorções impostas pelos padrões de beleza da juventude e da mídia.

A forma como o roteiro desenvolve essas questões, mantendo um ritmo interessante, mesmo que algumas vezes com momentos previsíveis, consegue equilibrar bem o drama e a crítica social.  

Ficha Técnica

Título Original: The substance

Direção: Coralie Fargeat 

Roteiro: Coralie Fargeat 

Elenco: Demi Moore, Margaret Qualley, Dennis Quaid 

Gênero: Terror/ficção científica 

Duração: 2h21

Classificação Indicativa: 18 anos

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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