Deputado bolsonarista elogia ‘Ainda Estou Aqui’, é criticado e apaga post

bibo nunes

BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS)

O deputado Bibo Nunes (PL-RS) elogiou a inédita conquista brasileira no Oscar, com a vitória de “Ainda Estou Aqui” como melhor filme internacional , mas foi criticado nas redes sociais e apagou seu comentário.

Bibo Nunes escreveu hoje no X que a obra do diretor Walter Salles fazia a população “sentir orgulho do nosso país”. Além de deputado, ele também é comunicador, apresentador de TV, escritor e empresário.

“A vitória do filme ‘Ainda Estou Aqui’, como melhor filme internacional, faz com que nós brasileiros voltemos a sentir orgulho do nosso país, independentemente do enredo do filme”, disse Bibo Nunes, em comentário apagado de rede social.

Na sequência, ele escreveu que o país estava triste desde 2023, ano da posse do presidente Lula (PT). Mas, que voltaria a ter ares melhores em 2027, depois das próximas eleições.

O comentário foi apagado por ele em seguida. Ao UOL, o parlamentar confirmou suas opiniões, mas disse que não vai republicar os comentários. “Apaguei porque achei chato. Irritou-me algumas pessoas interpretando com muito radicalismo.” “É bom para o brasileiro, assim como ganhar uma Copa do Mundo. É bom prêmio internacional para o sentimento de ufanismo aflorar, sentimento de amor à pátria.

É bom pro brasileiro, bom pro ego, bom pro ufanismo ganhar um prêmio internacional’, afirmou.

“Deixando a política de lado, é bom para o Brasil ganhar um prêmio internacional como esse”, disse. “Mas o filme ficou totalmente politizado, independentemente de enredo e conteúdo. Não vi o filme, mas é importante para o Brasil. Divulga o Brasil. O aspecto negativo é que politizou demais.”

O filme estrelado por Fernanda Torres trata da ditadura militar (1964-1985). Ele conta a história do deputado Rubens Paiva é sequestrado pelos militares e seu corpo desaparece. Ele foi celebrado por políticos de esquerda, como Lula.

LÍDERES BOLSONARISTAS SILENCIAM

Jair Bolsonaro e seus filhos silenciaram sobre a vitória. Até o começo da tarde de hoje, ninguém da família havia comentado sobre a conquista inédita do cinema nacional. Já parlamentares bolsonaristas de menor expressão criticaram o filme.

O ator e deputado Mário Frias (PL-RJ) afirmou que “ninguém normal” se importava com a obra vitoriosa. “Ninguém normal liga ou se importa com autobajulação das pessoas que fazem filme contra uma ditadura que não existe mais, enquanto aplaudem e dão sustentação a uma ditadura real, que prende mães de família e idosos inocentes”, afirmou o ex-secretário de Cultura do governo Bolsonaro. Ele fazia referência às prisões de pessoas condenadas por ataques à democracia na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023, julgada pelos onze ministros do Supremo Tribunal Federal.

Ex-ministro de Bolsonaro reclamou que a classe artística não se mobiliza contra “desmandos” no país. “Eu sou um brasileiro comum, que vê a classe artística e os jornalistas serem ‘tigrão’ com uma ditadura que acabou há 50 anos, mas ‘tchutchuca’ diante dos desmandos que acontecem hoje no Brasil”, disse Adolfo Sachsida. “Eu ainda estou aqui”, continuou o ex-Ministro de Minas e Energia.

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