Sainz em 1° e frustrado; Bortoleto em 18° e feliz

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Por João Luiz da Fonseca*

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Um é novato, o outro um veterano experiente. Em 18° colocado na classificação geral em voltas rápidas nos testes de pré-temporada realizados no Bahrein, Gabriel Bortoleto  completou sua primeira participação oficial na pista pela Fórmula  1. 

No topo da tabela, Carlos Sainz  foi o piloto da vez, debutando com a Williams, e chamando a atenção pelas melhorias significativas do WF47.

Nos extremos opostos, os pilotos compartilharam também opiniões divergentes sobre as atividades no circuito de Sakhir.

Frustrado 

Apesar de ter se destacado, finalizando as atividades no Bahrein na liderança em tempos combinados, Carlos Sainz disse que se sentiu frustrado com a limitação dos testes de pré-temporada e acha que as equipes deveriam ter permissão para trocar o tempo no simulador pela quilometragem em pista.

O espanhol, agora diretor da Associação de Pilotos de Grande Prêmio (GPDA), afirmou que gostaria de ter dado mais voltas após sua transferência da Ferrari.

Sainz foi o mais rápido na quinta-feira e deu 127 voltas, mas esse foi seu único dia completo no carro. Ele ficou de fora na sexta-feira, já que as equipes só puderam utilizar um monoposto, e Alex Albon foi para a pista.

Com isso, ele afirma ter tido pouco tempo para experimentar e extrair o melhor do WF47.

“Acho que a F1, para ser honesto, poderia se esforçar um pouco mais para tentar fazer um trabalho melhor na forma como testamos. No final, você tem muitas equipes gastando quantias infinitas de dinheiro em simuladores; pilotos voando de Mônaco para o Reino Unido para ir ao simulador, e eu não entendo por que temos uma pré-temporada de apenas três dias, quando todo esse dinheiro poderia ser investido em mais dias de testes na pista”.

“Não estou pedindo muito – oito, 10 dias, onde cada equipe escolhe seu lugar para testar. É bom ter um teste coletivo, acho que isso deve permanecer, mas minha proposta seria colocar no orçamento um limite para o número de dias”.

“Coloque no limite do orçamento o simulador também, e veja onde as equipes querem gastar seu dinheiro: no simulador ou em 10 dias de testes. Porque mesmo que os simuladores sejam bons, eles não são tão eficientes quanto alguns engenheiros ou pessoas tendem a acreditar que são. E dessa forma os novatos também seriam beneficiados, além das equipes”, finalizou.

Feliz

Sob o olhar atento de seu novo chefe de equipe, Mattia Binotto, o  novato Gabriel Bortoleto, em sua primeira atividade oficial pela F1 com a Sauber, completou 174 voltas no circuito do Oriente Médio. 

Ele fechou o primeiro dia em 12º lugar entre os 20 carros. Na quinta-feira, teve uma participação discreta: totalizou 80 voltas, terminando apenas na 15ª colocação (entre 18 pilotos participantes).

Na sexta-feira, o carro apresentou problemas com o assoalho, causando um tempo de inatividade significativo na garagem. Com isso, o brasileiro foi quem menos andou, contabilizando apenas 35 voltas e o nono tempo no circuito, que reuniu 10 participantes no último dia.

No geral. Bortoleto ficou em 18°, e ainda assim uma posição acima de seu companheiro de equipe, Nico Hulkenberg. Olivier Bearman, com a Haas, foi o lanterna, em 20° lugar.

Mas, ao contrário de Sainz e ainda que tenha terminado lá embaixo na classificação geral, o estreante disse que ficou “muito feliz” com o trabalho no Bahrein, bem como com o que está por vir nas próximas semanas. 

“Foram três dias muito produtivos, com testes extensivos, várias condições de pista, diferentes compostos de pneus e milhares de dados para analisar. Acredito que o trabalho foi positivo, e estou me adaptando muito bem ao carro”, avaliou.

O C45 é também o primeiro modelo assinado por James Key, que fez questão de destacar que o que vimos no Bahrein “foi apenas 80 por cento do novo carro. O resto virá em Melbourne”.

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