França alerta para risco iminente de guerra na Europa

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, afirmou nesta segunda-feira (3) que o risco de guerra na Europa nunca esteve tão alto. Segundo ele, a linha de frente da Rússia está se aproximando cada vez mais, e a União Europeia precisa fortalecer sua defesa sem depender dos Estados Unidos.

As declarações foram feitas poucas horas antes de um debate no Parlamento francês sobre a guerra na Ucrânia e a segurança no continente. “durante quase 15 anos, a ameaça continuou a se aproximar de nós, a linha da frente continuou a se aproximar”, disse Barrot à Rádio France Inter.

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O chanceler destacou que a França defende há anos o aumento do investimento em segurança e lamentou que só agora diversos europeus tenham despertado. “O que estamos a testemunhar hoje, o que testemunhamos no domingo em Londres, é o despertar de toda uma seção de europeus que se recusou a ver a realidade das coisas”, afirmou.

Trégua e tensão entre EUA e Ucrânia

O Reino Unido e a França pretendem propor uma trégua na Ucrânia, abrangendo ataques aéreos, marítimos e a infraestrutura energética. A intenção é testar a “boa-fé” de Vladimir Putin e iniciar negociações de paz.

A proposta surge após um encontro tenso entre Volodymyr Zelensky e Donald Trump, na Casa Branca. Durante a reunião, Trump mencionou a possibilidade de uma “Terceira Guerra Mundial”, o que gerou preocupação entre aliados europeus.

Barrot afirmou que, apesar da tensão, os EUA não têm interesse em abandonar a Ucrânia, pois uma vitória russa seria “um sinal de fraqueza inaceitável” para os americanos.

Reaproximação entre Trump e Putin preocupa europeus

Outro fator de alerta para a França foi a ordem do secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, para pausar todas as operações cibernéticas ofensivas contra a Rússia. A decisão ocorre no momento em que Trump sinaliza uma reaproximação histórica com Moscou, o que pode alterar drasticamente a geopolítica europeia.

“Em relação aos ataques cibernéticos, os países da União Europeia são constantemente atacados pela Rússia dessa forma”, decarou. “Tenho um pouco de dificuldade para entender essa decisão”., criticou Barrot.

Diante desse cenário, o governo francês reforça a necessidade de independência na segurança europeia e a criação de uma estratégia que não dependa do apoio militar dos Estados Unidos.

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