Sem rivalidade: para Fernanda Torres, ‘Anora’ é primo de ‘Ainda Estou Aqui’

anora

FERNANDA TALARICO E LUIZA MISSI
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

Os brasileiros podem ter ficado chateados com “Anora” levando duas das três categorias do Oscar a que “Ainda Estou Aqui” estava indicado. Fernanda Torres, no entanto, está feliz pelo filme de Sean Baker.

Ela diz que os dois filmes tiveram processos parecidos. “A maneira que ‘Anora’ foi feito é igual ao nosso, é cinema de grupo. [Mikey Madison] foi atrás de se preparar. Ela se joga sem rede, porque tem confiança no [diretor] Sean Baker”, refletiu Fernanda Torres em coletiva de imprensa da qual Splash participou hoje.

Eu sinto ‘Ainda Estou Aqui’ como primo do ‘Anora’. Eu tive muito prazer naquela cerimônia. Fernanda Torres

Fernanda Torres conversou com Sean Baker, diretor de “Anora”. “Ele disse que amou o filme. Foi uma noite do cinema independente mundial”, disse a atriz.

Ela ainda não falou com sua mãe, Fernanda Montenegro, sobre o prêmio. Segundo Fernanda, a diferença no fuso horário atrapalha a comunicação das duas.

A atriz diz que a equipe está impressionada com a repercussão de “Ainda Estou Aqui”. “Eu não sei o que aconteceu, que esse filme virou um movimento pátrio. Foi uma experiência coletiva, as pessoas assistiram juntas ao lado uma da outra. Esse filme virou algo além dele, virou ‘Terra em Transe’. Isso foi o mais lindo. Nós estamos muito impressionados”.

“Ainda Estou Aqui” venceu o Oscar de melhor filme internacional ontem. O filme conta a história de como Eunice Paiva, mãe de cinco, lidou com o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, durante a ditadura. A obra é baseada no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice e Rubens.

Walter Salles tem um palpite sobre o motivo do sucesso de bilheteria. “Para muitas dessas gerações, a ditadura era uma abstração. Ver o filme é ver a história dessa família que sofre uma perda. É entender que Eunice poderia ter se dobrado e não se dobrou. Você também pode conhecer uma história do Brasil que estava debaixo do tapete. É isso que eu acho que faz com que o público se ligue”.

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