Movimentação de contêineres cresce quase 7% em portos de SC

Os portos de SC tiveram um aumento na movimentação de contêineres no último ano. Segundo dados da Antaq, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários, divulgados pela Fiesc, a Federação das Indústrias de SC, o crescimento representou o incremento de 6,6%, o que equivale a 2,56 milhões de contêineres de 20 pés (TEUs).

Porto de Itapoá, um dos portos de SC

Números demonstram a necessidade de investimentos na infraestrutura de acesso aos portos de SC – Foto: Porto Itapoá/Fiesc/Divulgação

Para Mario Cezar de Aguiar, presidente da Fiesc, os números são positivos, mas demonstram uma demanda crescente e a necessidade de investimentos na infraestrutura de acesso aos portos de SC e nas obras de adaptação dos terminais para receber navios maiores.

“A BR-101, principal corredor logístico de acesso aos portos de SC, está colapsada. As obras emergenciais previstas não serão suficientes para acomodar o potencial de crescimento na movimentação portuária e, o mais grave, não têm sequer previsão de iniciar. Isso evidencia a necessidade de, em paralelo a busca de solução para início das obras emergenciais, avançarmos para viabilizar uma alternativa à rodovia para o médio prazo”, observa.

Ele lembra que a logística portuária teve um ano conturbado em 2024, em função de fatores internos e externos. “As dificuldades no embarque, atrasos, multas e taxas portuárias abusivas demandaram muita resiliência dos industriais de SC que atuam no comércio exterior”, salientou.  Em contrapartida, destacou, “tivemos soluções engenhosas para financiar investimentos necessários – como a parceria entre o estado e o Porto Itapoá para viabilizar obras no canal de acesso da Baía da Babitonga.”

Porto de Navegantes

O Porto de Navegantes (Portonave) liderou a movimentação de contêineres de janeiro a dezembro de 2024, com 1,208 milhão de TEUs, o que representou um recuo de 4,7% frente ao mesmo período de 2023. O terminal portuário de Navegantes está em obras, com um dos berços de atracação fechados para movimentação.

Portos de SC: Porto de Navegantes liderou a movimentação de contêineres de janeiro a dezembro de 2024 – Foto: Portonave/Fiesc/Divulgação

“A Portonave demonstrou uma imensa capacidade de otimizar o único berço disponível e alcançou um nível de eficiência operacional e ganhos de produtividade equiparados aos dos melhores portos do mundo”, analisa Aguiar.

As cargas de contêineres movimentadas pelo Porto Itapoá apresentaram aumento de 12,6% no período, alcançando 1,2 milhão de contêineres em 2024. O terminal iniciou a Fase IV de expansão, com previsão de investimentos que somam R$ 500 milhões, e inaugurou uma área de armazenagem.

“Isso mostra que, a despeito dos desafios, o setor privado está disposto a investir na logística portuária catarinense”, disse o presidente da entidade.

Porto de Imbituba e Itajaí

O Porto de Imbituba apresentou um incremento de 70,4%, com movimentação de quase 50 mil TEUs e encerrou o ano com 4 rotas marítimas.

O Porto de Itajaí deu os primeiros passos para sua retomada, com a movimentação de 37,67 mil contêineres, contra apenas 334 em 2023. O terminal ainda enfrenta reflexos da suspensão de atividades e mudanças na autoridade portuária.

Porto de São Francisco do Sul

O Porto de São Francisco do Sul, que opera carga geral e granel sólido, cresceu 0,8% no período e o volume movimentado alcançou 17 milhões de toneladas em 2024. O terminal da Transpetro, também em São Francisco do Sul, movimentou 9,6 milhões de toneladas no período, recuo de 9,9% em 2024 contra 2023.

Portos de SC: Porto de São Francisco do Sul alcançou 17 milhões de toneladas em 2024 – Foto: Porto de São Francisco do Sul/Fiesc/Divulgação

Outras cargas em portos de SC

Incluindo contêiners, carga geral e granel, o peso total de cargas movimentadas pelos portos de SC foi de 63 milhões de toneladas, um incremento de 1,95% entre 2023 e 2024.

As cargas conteinerizadas, de maior valor agregado, corresponderam a 44,8% do total – um um aumento de 5%, enquanto granel sólido foi responsável por 30%, com recuo de 1,3%.

Já as cargas a granel líquido e gasoso caíram 11,5%, para 15,4% do total e as de carga geral cresceram 28,6%, com sua participação avançando para 9,8% do peso.

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