Motociclistas apontam necessidade de melhorias nos bolsões de espera no DF

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Criados para aumentar a segurança dos motociclistas nos semáforos, os bolsões de espera no Distrito Federal têm sido alvo de críticas de quem usa as duas rodas diariamente. Sujeira, falta de sinalização e desrespeito por parte dos motoristas são alguns dos problemas apontados por condutores que transitam pelas vias da capital. Atualmente, segundo o Detran-DF, há 243 bolsões distribuídos em pontos estratégicos, mas, apesar da promessa de revitalização nos próximos meses, não há previsão para a criação de novas áreas de espera.

O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) informa que a frota de motocicletas em circulação no DF atualmente é de 279.058 veículos, o que representa 13,29% da frota total. Em 2024, o número de motocicletas registradas foi de 278.667, enquanto em 2023 eram 264.378. No que diz respeito à segurança no trânsito, 74 sinistros fatais envolvendo motociclistas foram registrados em 2024, contra 69 no ano anterior.
O motoboy Pedro Luís P. Gonçalves, que há seis anos trabalha pelas vias do DF, destaca a importância da sinalização bem definida. “Nos semáforos que têm área de espera para moto, me sinto muito mais seguro. O momento em que o sinal fica verde pode ser muito perigoso quando você está entre dois carros. Já tive meu pé atropelado, moto esbarrada e até uma situação mais grave, quando fui prensado entre dois carros e minha perna entrou na caixa de roda de um deles”, relata. Para ele, quando os bolsões estão visíveis, o desrespeito de alguns motoristas se torna apenas um incômodo, mas quando não há sinalização, a situação se agrava.

A motociclista Aline Tavares, 26 anos, que utiliza a moto como meio de transporte na Asa Sul, reforça a necessidade de ampliação desse tipo de sinalização. “Os bolsões facilitam bastante a vida de quem está de moto, já que a saída dos semáforos e retornos são sempre caóticas. O problema é que muitos motoristas não respeitam, avançam e ultrapassam, causando acidentes. O ideal é que houvesse essas áreas em todas as paradas de veículos”, opina.

Por outro lado, há motociclistas que pouco reparam nesses espaços. Arthur de Souza, 31 anos, morador do Guará, admite não prestar muita atenção às áreas de espera, mas reconhece que algumas estão sujas ou apagadas, o que pode contribuir para o desrespeito dos motoristas. “Seja por falta de atenção ou mesmo por falta de educação, muitos acabam não respeitando. Com certeza, são necessárias melhorias, tanto estruturais quanto educacionais, para que fique claro que esses espaços são para motos e não para carros”, afirma.

Atualmente, os bolsões de motos estão concentrados nas principais vias urbanas do DF, como W3, S1 e N1, além da Avenida Hélio Prates, em Taguatinga e Ceilândia. Segundo o Detran-DF, a revitalização seguirá o cronograma da sinalização horizontal do órgão, mas não há penalidade prevista para motoristas que parem nos espaços nem para motociclistas que não os utilizem. O órgão reforça, no entanto, que o respeito ao espaço dos motociclistas representa um ato de educação e cidadania no trânsito.

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