Focus: mercado espera que IPCA em 12 meses fique acima do teto da meta até setembro de 2026

 As medianas do Sistema Expectativas de Mercado, que embasa o relatório Focus, indicam que a inflação acumulada em 12 meses no Brasil vai ficar acima do teto da meta, de 4,50%, até setembro de 2026. Tudo mais constante, o Banco Central deve falhar no cumprimento da nova meta contínua em junho, quando o IPCA deve atingir 5,58% no acumulado de 12 meses

O próprio Comitê de Política Monetária (Copom) já reconheceu que deve descumprir a nova meta contínua este ano. Na ata da sua última reunião, de janeiro, o colegiado afirmou que, no seu cenário de referência, “a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos.”

O regime de meta contínua passou a valer este ano, com centro de 3% e tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se a inflação acumulada em 12 meses ficar acima de 4,5% ou abaixo de 1,5% por seis meses seguidos, considera-se que o BC não cumpriu a meta.

O IPCA acumulado em 12 meses fechou 2024 em 4,83% e caiu a 4,56% em janeiro, beneficiado em parte pelo desconto nas contas de energia devido ao bônus de Itaipu. Segundo as medianas mensais do sistema, a inflação este ano deve passar a acelerar agora e subir a 5,10% em fevereiro. O pico deve ocorrer em agosto, com 5,82%.

Depois, as estimativas do mercado sugerem uma queda lenta para o IPCA acumulado em 12 meses, que deve ceder a 5,59% em dezembro. Depois de uma alta a 5,90% em janeiro de 2026 a inflação deve retomar a trajetória de queda e ceder a 4,99% em março e a 4,75% em junho. Ela só cairia ao teto da meta, de 4,50%, em setembro. No fim do ano que vem, atingiria 4,34%.

Estadão Conteúdo

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