Crime da 113 Sul: ministro pede vista, e julgamento sobre prisão de Adriana Villela é suspenso


Arquiteta foi condenada em 2019 por matar pais e empregada da família; relator propôs prisão imediata. Pedido de vista foi do ministro Sebastião Reis. Adriana Villela em entrevista para a série documental “Crime da 113 Sul”, do Globoplay
Globo/ Divulgação
O ministro do STJ Rogério Schietti propôs a prisão imediata de Adriana Villela, durante julgamento na tarde desta terça-feira (11). Após pedido de vista pelo ministro, a sessão foi suspensa.
“Defesa não demonstrou que a decisão do júri é manifestamente contrária às provas dos autos. Eu não vejo qualquer possibilidade de rever o mérito tanto da soberana decisão dos jurados, que compuseram o conselho de sentença do julgamento”, disse o ministro Schietti.
A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) começou a julgar, nesta terça-feira (11), o pedido de prisão da arquiteta Adriana Villela, condenada em 2019 pelo assassinato do pai, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela; da mãe, Maria Villela; e da empregada da família Francisca Nascimento (relembre o caso abaixo).
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Adriana não participou do julgamento. A filha dela, Carolina Villela Perche, acompanhou a sessão presencialmente (veja foto abaixo).
Carolina Villela, filha de Adriana Villela.
TV Globo / Reprodução
O julgamento
Crime da 113 Sul: STJ julga pedido de prisão de Adriana Villela
Reprodução
O julgamento começou por volta das 14h com a sustentação oral da defesa de Adriana Villela, com o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay, que destacou três supostas nulidades:
uma jurada que participou do júri, em 2019, mantinha um perfil nas redes sociais com críticas ao advogado Kakay, mas teria mentido ao dizer que não tinha conta nas redes. Para a defesa, ela tinha interesse em participar do julgamento para prejudicar a defesa;
os advogados se queixam de só ter tido acesso a vídeos dos depoimentos dos executores do crime, gravados na delegacia, no final do júri, o que configuraria cerceamento de defesa;
um laudo feito por papiloscopistas com a datação de uma impressão digital de Adriana, que teria provado a presença dela na cena do crime, não tem validade científica, na visão da defesa.
Em seguida, o promotor Marcelo Leite fez sua sustentação oral e defendeu que o recurso de Adriana não deve ser aceito porque, anteriormente, o STJ já decidiu que a ré deveria ser julgada pelo Tribunal do Júri.
Em seguida, o promotor leu trechos de uma carta da mãe de Adriana, a vítima Maria Villela, revelando uma situação de conflito entre as duas. Para a acusação, Adriana mandou matar os pais para ficar com a herança.
Depois começou o voto do relator do processo, ministro Rogério Schietti.
🔎 Adriana Villela é uma das entrevistadas na série documental “Crime da 113 Sul”, do Globoplay. A produção revela fatos inéditos sobre o triplo assassinato no luxuoso apartamento da família Villela, que ocorreu 15 anos atrás, em Brasília.
Relembre o caso
O crime ocorreu em 28 de agosto de 2009. No sexto andar do bloco C da 113 Sul, quadra nobre de Brasília, foram assassinados:
José Guilherme Villela, 73 anos, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), morto com 38 facadas;
Maria Carvalho Mendes Villela, 69 anos, advogada, morta com 12 facadas;
Francisca Nascimento da Silva, 58 anos, empregada doméstica da família, morta com 23 facadas.
Os corpos foram achados, já em estado de decomposição, em 31 de agosto de 2009. A perícia demonstrou que as vítimas foram mortas em 28 de agosto de 2009, por volta das 19h15.
STJ julga pedido de prisão de condenada por matar pais e empregada no DF
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