Mãe denuncia injúria racial contra menino de 4 anos em escola de Santa Cruz

O relato feito por um menino de 4 anos resultou no registro de uma ocorrência policial por injúria racial e no pedido de informações na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul. A criança contou à mãe que uma colega de escola da mesma idade afirmou não poder encostar nele, nem na professora, porque ambos são pretos.

A mãe da menina, por coincidência, esteve no estabelecimento e foi informada pela professora a respeito do fato. Diante disso, a reação da mulher surpreendeu a educadora. “Falei e repito. Não quero minha filha tocando em vocês”, teria dito a mãe da menina. Antes disso, a direção da escola havia chamado as duas famílias para uma conversa de forma individual. O pai da menina disse não saber a respeito do caso, nem o que teria motivado a reação da filha. Um novo encontro será realizado na terça-feira à tardinha com ambas famílias.

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Além do registro da ocorrência, o assunto foi parar na Câmara. O vereador Professor Cleber (União Brasil) disse que a família de uma das vítimas o procurou para pedir ajuda, mas também por se sentir acolhida, porque o parlamentar é preto. “Espero que a direção se pronuncie e faça algo a respeito e que a Polícia Civil investigue trazendo à tona elementos robustos para a Justiça, se assim achar, punir a pessoa culpada”, destaca.

Cleber abordará a situação na próxima sessão da Câmara dizendo não entender por que há julgamentos das pessoas pela cor da pele. “Não podemos permitir que ato de racismo igual a este vire algo comum. Somos seres humanos, independentemente da cor da pele ou raça”, frisou o vereador. Ele protocolou pedido de informações para saber quais as providências foram e ainda serão tomadas acerca do fato ocorrido na instituição de ensino. A proposição será destacada na sessão de segunda-feira.

Professor Cleber denunciará na Câmara | Foto: Marcio Souza

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“Eu sou preto, mas a minha cor é bonita”

Chamada na escola a mãe do garoto disse que foi informada que os responsáveis pela instituição já haviam conversado com o pai da menina e que a situação estaria resolvida. Foi então que ela soube da atitude da mãe da criança, que teria reiterado a orientação para que a filha não encostasse no colega, nem na professora.

A educadora fez questão de contar, porque sabia que o menino relataria o fato em casa. “Ela me deu os parabéns, porque o meu filho tinha se saído muito bem. Ele disse: ‘eu sou preto, mas a minha cor é bem bonita. Né, profe, que a minha cor e a sua são bonitas?’”.

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A mãe do garoto destaca a atuação da direção e funcionários da escola na busca de resolução. A mãe da menina foi contatada pela reportagem, mas não deu retorno até o fechamento da edição da Gazeta do Sul desta quinta-feira, 13.

A lei

A lei 14.532/23 aumentou a pena para a injúria relacionada a raça, cor, etnia ou procedência nacional. Com a norma, esse tipo de injúria pode ser punido com reclusão de 2 a 5 anos. A legislação se alinha ao entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) que, em outubro do ano passado, equiparou a injúria racial ao racismo e, por isso, a tornou um crime inafiançável e imprescritível.

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