Bancos ofertantes do consignado buscarão relação saudável de dívida, diz presidente da Febraban

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou que os bancos buscarão manter um perfil saudável de endividamento dos clientes com o novo consignado privado, que foi lançado pelo governo na quarta-feira, 12. “Nós vamos estar preocupados em fazer com que haja uma relação saudável de dívida”, afirmou ele em entrevista à GloboNews. “O objetivo dessa nova linha é exatamente fazer com que o trabalhador que hoje precisa de crédito e tomou linhas mais caras migre para uma linha mais barata.”

Como antecipou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a medida provisória que criou o novo crédito prevê um mecanismo para estimular a troca de créditos mais caros pelo novo, que deve ter juros menores. Nos primeiros 120 dias de oferta, trabalhadores que tenham consignado do modelo antigo ou crédito pessoal em aberto só poderão tomar a nova linha para quitar as anteriores.

Isaac afirmou que os bancos têm preocupação com a inflação acima do teto da meta, e disse que o Banco Central tem sido obrigado a aplicar um remédio “pesado” para contê-la através dos juros. Por outro lado, afirmou que é preciso buscar formas de estimular novas linhas de crédito mesmo nesse contexto.

“E tem uma questão estrutural no mercado de crédito, que nós precisamos migrar para um ambiente de crédito mais sadio, melhor, com spreads melhores. Nós não podemos esperar a conjuntura”, disse ele. “É importante que a gente dê condições para as famílias, para as empresas acessarem o mercado de crédito em condições melhores.”

O presidente da Febraban afirmou ainda que não é possível dizer se os bancos públicos serão mais agressivos na oferta do novo consignado que os privados.

“Bancos públicos e privados sentaram com o governo, nós estamos fazendo uma discussão de mais de um ano para garantir que todas as instituições tenham iguais condições de competitividade”, comentou ele, dizendo ainda que espera haver forte competição entre bancos e fintechs na nova linha.

Estadão Conteúdo

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