Apressados e estressados

Um pouco de paciência não faz mal a ninguém. Em tempos de pressa e mensagens de áudio aceleradas no WhatsApp, tudo ganhou urgência e todos querem prioridade. Se não responde, está sendo negligente ou ignorando. Desativamos as barrinhas azuis de visualização das conversas para tentar escapar deste tipo de cobrança. Silenciamos as notificações em busca de paz. Mas não conseguimos deixar de dar uma espiada para ver se “chegou algo” na hora do almoço, no intervalo, quando paramos na sinaleira ou na hora de dormir e também quando acordamos. Imagina se não respondi alguém que enviou uma mensagem às 3 horas?! Como posso ter cometido tamanho absurdo? Ah, tem os directs do Instagram, comentários das postagens ou ainda publicações aleatórias que deixamos de ver, mas que poderiam ter algo de interessante, ou não.

Você, leitor, se identificou com alguma destas situações? Não se preocupe, estamos no mesmo barco vivendo uma crise de ansiedade digital. Reflexo disso, seguidamente aparecem sujeitos que cobram e criticam quem não respondeu imediatamente.

– Ah, pra o fulano não adianta mandar mensagem. Ele nunca responde!
Falas com este tom também estão cada vez mais comuns. E se “o fulano” estava apenas descansando ou tinha ido ao dentista e por isso não respondeu? E se ele estivesse sem bateria? Ele também poderia estar fazendo algo mais importante naquele exato momento. Vale lembrar que o fato de estar on-line não é sinônimo de estar disponível.

Podemos esperar. Está cada vez mais difícil praticar esse exercício. Mas vale tentar. Não é à toa que crescem os casos de exaustão, ansiedade e desordens emocionais motivadas pelo modo de vida hiperconectado. Também, quem suporta ser bombardeado com tantas coisas a toda hora?

Há alguns dias li um texto que fez todo o sentido diante da vida cada vez mais agitada. Era algo que falava exatamente desta pressa toda que todos têm e das consequências que isso traz. A autora expunha estas situações, fazia alertas para todos os riscos de estarmos sempre grudados em telas e convidava à desconexão. Parece fácil, não é mesmo? Mas como desconectar no sofá da sala sem tirar uma foto para rede social ou checar o aplicativo de mensagens a fim de verificar se aconteceu algo de urgente? Será possível fazer esse detox tecnológico? Ao que tudo indica, sim, e o fim de semana está aí pra tentar. Se não suportar por um dia, comece ficando duas horas sem esse aparelho que parece saber mais da sua vida que você mesmo. Talvez não seja muito fácil, pois fomos induzidos a estar sempre com ele em mãos mesmo quando não precisamos.

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