EUA dizem que ataques mataram líderes houthis no Iêmen, e rebeldes prometem retaliação

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MATHEUS FERREIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Os Estados Unidos disseram neste domingo (16) que os ataques contra houthis no Iêmen mataram vários líderes rebeldes na região. Os bombardeios ocorreram na véspera e foram a primeira grande ação militar americana desde a volta de Donald Trump à Casa Branca, em janeiro.

Em entrevista ao canal americano ABC News, o assessor de Segurança Nacional, Michael Waltz, afirmou que “múltiplos alvos foram eliminados” na ofensiva, lançada do mar Vermelho.

Os bombardeios atingiram as cidades Sanaa, a capital do Iêmen, além de Saada, no norte, e Rada’a, no centro. Deixaram 31 mortos e 101 feridos, a maioria crianças e mulheres, segundo Anis Al Asbahi, porta-voz do Ministério da Saúde local, controlado pelos houthis.

O governo americano afirma que a ofensiva pode durar dias ou mesmo semanas. “[Irá continuar] até que os houthis não tenham mais capacidade de atacar o transporte marítimo global e a Marinha dos EUA”, disse o secretário de Estado americano, Marco Rubio, ao programa “Face the Nation”, da CBS News, neste domingo.

De acordo com o Pentágono, foram registrados 174 ataques contra navios militares americanos, e outros 145 contra embarcações comerciais desde 2023. Os houthis afirmam agir em solidariedade aos palestinos devido à guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza.

Rubio ainda reforçou as críticas ao Irã, afirmando que o grupo rebelde só tem capacidade de ataque devido ao apoio do regime iraniano. Ele descartou o uso de tropas terrestres no Iêmen, ao menos por ora.

O americano também conversou com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov –Moscou é aliado de Teerã. Por telefone, Rubio disse que Washington não vai mais tolerar ataques. O russo respondeu que todas as partes devem “abster-se do uso da força e iniciar um diálogo político”.

A força do ataque de sábado aterrorizou moradores de Saana. “Nunca tinha sentido tanto medo”, disse à agência de notícias AFP Malik, 43, morador da capital e pai de três filhos. “Meus filhos gritavam e choravam. Foi a primeira vez que eu rezei a Shahada [a oração que se recita antes de morrer]”, disse.

Os rebeldes houthis disseram que os ataques americanos “não ficarão sem resposta”. “Nossas forças estão prontas para escalar os ataques”, afirmaram em comunicado. Eles afirmam que atacaram um porta-aviões dos EUA na região, mas ainda não há provas da investida.

Apoiado por Teerã, o grupo controla grande parte do Iêmen há mais de uma década. Os houthis se opõem a Israel e aos Estados Unidos, afirmando que suas ofensivas na região são um protesto contra as ações israelenses em Gaza.

O Irã classificou de bárbara a ofensiva militar dos EUA, a primeira contra os houthis desde que Donald Trump retornou à Casa Branca.

Diante das exigências de Trump de que o Irã pare de apoiar os houthis, o general Hussein Salami, comandante da Guarda Revolucionária, a força de elite do país persa, afirmou que Teerã “não busca a guerra, mas que, se alguém o ameaçar, dará respostas apropriadas, determinadas e definitivas”.

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