DeepSeek entra na mira da administração Trump, que pode buscar proibição da IA nos EUA

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A administração do presidente americano Donald Trump está considerando proibir o uso do chatbot de inteligência artificial (IA) DeepSeek, desenvolvido pela startup chinesa de mesmo nome, em dispositivos governamentais dos EUA. A medida surge em meio a preocupações crescentes sobre a segurança nacional e o processamento de dados de usuários pela empresa. As informações são do jornal Wall Street Journal.

Autoridades americanas teriam expressado inquietação quanto ao armazenamento de dados dos usuários em servidores localizados na China e à suposta falta de transparência do DeepSeek sobre o uso e acesso a essas informações. Isso levantou temores de que dados sensíveis possam ser acessados pelo governo chinês, comprometendo a segurança nacional dos EUA. É o mesmo tipo de argumento que levou Trump em seu primeiro mandato a tentar vetar a o funcionamento do TikTok em território americano.

Além de proibir o aplicativo em dispositivos governamentais, o governo americano está avaliando outras medidas, como remover o DeepSeek das lojas de apps americanas e impor restrições aos provedores de serviços de nuvem dos EUA que oferecem os modelos de IA do DeepSeek a seus clientes. Essas discussões ainda estão em estágio inicial.

Fundada em 2023 por Liang Wenfeng, cofundador do fundo de hedge High-Flyer, o DeepSeek rapidamente ganhou destaque ao lançar, em janeiro deste ano, um modelo avançado de IA desenvolvido com um orçamento de US$ 6 milhões (R$ 34 milhões) em apenas dois meses. O aplicativo da empresa superou o ChatGPT como o mais baixado na Apple Store dos EUA e do Brasil.

A ascensão meteórica do DeepSeek abalou o mercado de tecnologia dos EUA, levando a uma queda significativa no valor de mercado de empresas como a Nvidia, que perdeu cerca de US$ 600 bilhões (R$ 3,4 trilhões) após o lançamento do modelo de IA da startup chinesa. A eficiência e o baixo custo do DeepSeek contrastam com os investimentos bilionários planejados por gigantes do Vale do Silício, como a Meta, que pretende investir entre US$ 60 bilhões (R$ 347 bilhões) e US$ 65 bilhões (R$ 376 bilhões) em projetos de IA em 2025.

Nas últimas semanas, diversos governos ao redor do mundo impuseram restrições ao DeepSeek. A Coreia do Sul suspendeu novos downloads do aplicativo em fevereiro para revisar suas políticas de privacidade. Além disso, países como Austrália, Itália e Taiwan já proibiram o uso do serviço em dispositivos governamentais. Nos EUA, estados como Nova York e Texas também adotaram medidas para limitar o uso do DeepSeek, citando preocupações com a segurança e privacidade dos dados.

A administração Trump já havia tomado medidas semelhantes contra o TikTok, popular app de vídeos curtos administrado pela ByteDance, sediada em Pequim, que foi banido de dispositivos governamentais em 2022 por preocupações com a segurança nacional Uma proibição legal mais ampla bloqueando o TikTok em lojas de aplicativos entrou em vigor em janeiro de 2025, mas o presidente Trump pausou a aplicação até um possível acordo para resolver os problemas de segurança.

Desde seu lançamento em janeiro deste ano, o chatbot do DeepSeek rapidamente se posicionou como um forte concorrente no mercado de IA, rivalizando como gigantes como OpenAI, Anthropic e Meta. Utilizando técnicas de destilação, o DeepSeek conseguiu desenvolver modelos de IA de alta performance com investimentos significativamente menores em comparação aos bilhões gastos por outras empresas.

Essa abordagem não apenas abalou o mercado, mas também levou concorrentes a acelerar seus próprios desenvolvimentos. Sam Altman, CEO da OpenAI, elogiou o avanço da DeepSeek, classificando-o como “impressionante”, e prometeu entregar modelos ainda melhores em resposta à nova concorrência, porém, a nova versão do ChatGPT, a recém lançada 4.5, não atingiu as expectativas e coloca o reinado do chatbot em xeque.

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