Voepass operava com peças sucateadas relata mecânico da empresa

Após a Voepass ter operações suspendidas na semana passada, por ordens da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), um mecânico da empresa, que não foi identificado, relatou problemas de manutenção na aeronave do acidente, na edição deste domingo, 16, do Fantástico.De acordo com o profissional, a aeronave ATR-72-500 que caiu em Vinhedo, em São Paulo, e matou 62 pessoas era descrita como a que “sempre dava problemas”, como panes e que os superiores mandavam manter em operação, mesmo assim. O caso é investigado pelo Centro de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).Ainda segundo o funcionário, os procedimentos não foram revistos após o acidente. Ele relatou que havia quatro a cinco aviões sucateados, que ficavam parados em solo, em um terreno anexo ao aeroporto em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, eram canibalizados para fornecer peças de manutenção a aeronaves em operação.

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A prática de desmonte e reaproveitamento de peças não é um problema em si, mas, de acordo com o funcionário, ela era feita de forma irregular.“A Voepass não dá suporte nenhum para a gente da manutenção. Não só de materiais, de componentes que vão ser postos nos aviões, colocados para manutenção, como ferramentas, tudo” explicou o funcionário ao programa, e complementou: “A manutenção sabia que o avião estava ruim, a manutenção reportava, falava, avisava, e eles [a cúpula da empresa] queriam obrigar a gente a botar o avião para voar”.‘Aviões fadigados’Em mensagens de um grupo de tripulantes da aeronave que caiu, revelam problemas, como portas que não fechavam completamente. “Essa aviação tá complicada, meu caro, com esses aviões fadigados. Tem que rezar para esse pessoal fazer o possível para modernizar essa frota. Porque é complicado”.Ao suspender as operações, a Anac afirmou que a decisão era resultado “da incapacidade da Voepass de solucionar irregularidades identificadas no curso da supervisão realizada pela agência, bem como da violação das condicionantes estabelecidas anteriormente para a continuidade das operações dentro dos padrões de segurança exigidos”.Aérea nega irregularidadeEm relatório preliminar do acidente feito pelo Cenipa, a empresa confirmou a aeronavegabilidade do avião envolvido na tragédia, com todos os sistemas requeridos em funcionamento.Já sobre a reutilização de peças, a empresa afirmou que quando uma aeronave tem certificação de aeronavegabilidade e componentes devidamente rastreados, não há impedimento para o uso desses componentes em outros aviões.A empresa contestou ainda as denúncias de irregularidades, e afirmou que segue os protocolos que atestam a conformidade de seus procedimentos.

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