Apesar de orçamento bilionário, UPAs de Salvador expõem crise na Saúde

A morte de uma pastora na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no bairro do Pau Miúdo, foi o estopim para escancarar os problemas dos centros de saúde, sob administração da prefeitura de Salvador.Apesar do orçamento bilionário, estimado para a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), neste ano, a falta de atenção às unidades transformaram os locais, que deveriam ser de acolhimento para os enfermos, em um verdadeiro castigo para os soteropolitanos.Na tribuna da Câmara Municipal da capital baiana, o vereador Sandro Filho (PP) denunciou o ‘descaso’ da gestão municipal com as UPAs, na tarde desta segunda-feira, 17.“As UPAs estão prestando um péssimo atendimento. Bruno Reis teve praticamente 80% de votos aqui na cidade, mas isso não significa que a população está satisfeita com os atendimentos que estão sendo prestados nas UPAs. A prefeitura precisa fazer alguma coisa”, alertou o edil.

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O legislador relembrou o óbito da pastora registrado na quarta-feira passada, 12, e questionou o motivo da tragédia. “A mulher faleceu na UPA por uma suposta negligência médica. E aí, o que é que o município vai fazer diante dessa situação? O prefeito precisa fazer alguma coisa. Aí, fica a pergunta, é a secretaria de Saúde do município que está atuando de forma negligente? São os médicos ou profissionais das UPAs? Fica a pergunta”, indagou o progressista.Durante a sessão legislativa, o vereador ainda informou que esteve presente na UPA do Pau Miúdo para fiscalizar o serviço de saúde e ao chegar no local encontrou novos problemas, a exemplo da falta de manutenção da tubulação da água e o abandono de motos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).Outra unidade que também é alvo de queixas é a UPA de Brotas. Em denúncia anônima, uma paciente relatou falta de equipamentos adequados para atendimento, sendo disponibilizado para os enfermos um cobertor de papel.O Portal A TARDE entrou em contato com a assessoria da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) para esclarecer as denúncias, e, até a publicação desta nota, não houve resposta. O espaço segue aberto para o posicionamento da pasta. OrçamentoApesar das reclamações, a secretaria municipal da Saúde detém um grande orçamento. No projeto de Lei do Orçamento Anual (LOA) para o exercício de 2025, os vereadores aprovaram, em dezembro do ano passado, um valor de 2.619.940,00.Este montante, por sua vez, deverá ser utilizado para as atividades municipais referentes ao setor, bem como as coberturas da Atenção Básica, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), construção de novas unidades.

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